domingo, 7 de janeiro de 2018

Apresentação

Um pouco sobre mim:

Nasci em uma família de classe média baixa, meus pais estudaram apenas o primário, acredito que era mais comum antigamente ter menos anos de estudo que agora. Na família éramos a parte pobre, haviam tios concursados e tios empresários, enquanto meus pais tinham empregos simples.

Eu me sentia como um familiar de segunda classe: nunca tinha brinquedos tão legais quanto os dos meus primos, nosso carro velho vivia quebrando, só ia para praia nas férias de favor, etc. Sim é um mimimi de classe média sofre eu sei, mas quando você é criança e não tem o entendimento de como o mundo funciona esse tipo de coisa te marca.

Eu sei que há país a fora pessoas que tiveram e ainda tem condições de vida muito piores, então sou grato a meus pais que me propiciaram duas coisas fundamentais: a mentalidade de que não importa onde você está, você tem que batalhar para melhorar e não ficar reclamando e se vitimizando, e uma ideia férrea de que a educação é muito importante. Lembro de um episódio: sempre fui um aluno abaixo da média e quando tinha uns 14 anos queria abandonar a escola para começar um trabalho de descarregar caminhões de carga numa empresa de logística, e começar a ganhar meu próprio dinheiro. Meus pais nem quiseram ouvir falar disso e me obrigaram a continuar estudando.

Em um determinado ponto da minha vida, durante a adolescência, eu mudei. Como se a insistência dos meus pais com a educação finalmente frutificou, eu tive um "despertar": comecei a ir melhor na escola, virei um rato de biblioteca e me interessei por diversos assuntos que não eram tratados na escola. Até encarei um curso técnico, coisa impensável olhando a maior parte do meus histórico escolar e finalmente cursei engenharia numa universidade pública (nem fiz vestibular para as particulares, pois meus pais não teriam condições de pagar). E hoje trabalho numa empresa de economia mista.

Sobre o objetivo desse blog:

Falar sobre dinheiro é bastante difícil, dinheiro assume um papel maior que o que deveria ter originalmente, que é um intermediário de trocas de produtos e serviços. Dinheiro assume um papel de mostrar o valor intrínseco de uma pessoa. Você é tratado de forma diferente dependendo de quanto dinheiro tem, ou melhor, de quanto dinheiro aparenta ter. Não vou entrar no mérito se isso é certo ou errado, apenas é assim. Ou seja, falar de dinheiro é um tabu.

Falar sobre dinheiro também traz outros problemas de ordem prática.

Problema de segurança: se as pessoas souberem que você tem dinheiro você se coloca em uma posição de risco, simples assim.

Problema do merecimento: por algum motivo louco as pessoas acham que merecem seu dinheiro mais do que você. Quando sabem que você poupa elas tendem a achar que a vida para você está "fácil", assim na cabeça delas você tem o "dever" de compartilhar sua abundância. Elas não conseguem enxergar a única forma de aumentar o patrimônio é o adiamento do consumo. Quando eu era mais inocente conversei sobre dinheiro com um colega de trabalho que ganhava muito mais que eu (mas vivia endividado), o que eu ganhei? Um pedido de empréstimo num valor pornográfico (sei lá, acho que na época o valor pedido equivalia a um ano do meu salário).

Problema do ressentimento: quando descobrem que você poupa, isso de alguma forma é um tapa na cara de quem vive endividado, então eles culpam você ao invés de culpar seus próprios hábitos. Há muita irracionalidade nesse assunto.

Problema da inutilidade: como a educação financeira é um artigo escasso. Quem poupa é uma minoria e quem investe é minoria da minoria, assim informações de qualidade nessa área são raríssimos. Felizmente a internet esta ai para ajudar.

Assim o objetivo é falar de poupança, investimentos e crescimento de patrimônio com pessoas que estão numa mesma sintonia.

No próximo post vou falar da situação dos meus investimentos hoje.

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