Eu tenho hoje um plano para meus investimentos que sempre me pareceu razoável.
Reserva de emergência com liquidez de 1 ano de gastos
75% em renda fixa (inclui reserva de emergência)
25% em renda variável
Meu plano para aposentadoria era ir diminuindo a exposição à renda variável até que com 65 anos eu tivesse apenas renda fixa. O motivo disso são dois: diminuir a exposição ao risco e tornar os investimentos menos trabalhosos.
Imagine você com 70 anos de idade, retirando parte da sua renda do seu patrimônio e bem exposto a renda variável, daí acontece uma crise grande por um motivo qualquer e do dia pra noite você perde 40% do valor dos seus ativos. Isso teria um impacto bem desagradável na sua renda e no pior momento possível. Pode-se alegar que, se você tem renda variável de qualidade, no longo prazo sua carteira vai se recuperar, mas a verdade é: quanto mais velho você é, menos “longo prazo” você tem. Por isso diminuir a exposição a riscos eu considero importante.
Tornar os investimentos menos trabalhosos me parece interessante também. Hoje eu consigo acompanhar meu investimento diariamente (mas não acompanho, pois uma vez por mês tá bom). Mas quando eu estiver aposentado quero que meus investimentos estejam no automático. Seja porque eu viajarei por 3 meses para um lugar sem acesso à internet, seja porque eu tive um problema de saúde e não pude acompanhar isso.
Analisando agora eu vejo que montei meu plano considerando apenas o risco da renda variável e ignorei a concentração em apenas um tipo de investimento. Se meu plano é viver de renda proveniente 100% de renda fixa, qual o único produto financeiro de renda fixa que gera renda? Título do tesouro com cupons semestrais de juros. Ou seja, eu acho loucura quem depende 100% do INSS e vou depender 100% do governo? Não parece bom.
Eu pesquisei fundos de previdência recentemente e vi que alguns adotam uma estratégia de modificar o percentual de alocação de ativos conforme a sua idade. Achei os fundos uma merda, mas essa ideia parece legal.
Pensei então em dividir o risco de tal forma que, quando eu estiver com 65 anos, meu patrimônio esteja dividido em 50% renda fixa que gera renda (títulos do tesouro com cupons semestrais) e 50% renda variável de baixa volatilidade que gera renda (FII).
Considerando minha idade 39 e minha previsão de se aposentar aos 52, montei uma tabela de alocação dinâmica para guiar meus investimentos.
Assim temos várias mudanças na minha estratégia de alocação: evitar a concentração em apenas um tipo de ativo, adotar um percentual de alocação variável no tempo, separar a renda variável em baixa volatilidade e alta volatilidade. Assim o que eu pretendo é zerar apenas a renda variável de alta volatilidade na velhice.
Classes de ativos que eu conheço e invisto:
Renda fixa: títulos do tesouro, CDB, LCI, LCA, LC, debêntures, fundo de renda fixa.
Renda variável de baixa volatilidade: FII, fundo multimercado de baixa volatilidade.
Renda variável de alta volatilidade: Ações, ETF, fundo de ações, fundo multimercado de alta volatilidade.
O plano é aos 65 anos ter metade do patrimônio em título do tesouro IPCA+ com cupom semestral e metade em FII. Parece um plano melhor que ter 100% em título do tesouro.
Atualização de patrimônio MAI/2018:
Patrimônio = R$ 610’375,79
Aporte = R$ 4847,62 (0,79% patrimônio)
Rentabilidade bruta = -2,40%
Inflação = 0,11%
CDI = 0,52%
%CDI = -463,60%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 1,66%
Inflação acumulada = 1,36%
CDI acumulado = 3,20%
Esse mês foi um banho de sangue. Minha carteira devolveu todo o ganho desde o início do ano. O culpado mais uma vez foi a marcação a mercado do tesouro IPCA. Como o vencimento do meu título é longo, para 2035, ele sofre bastante quando o juro futuro varia.
É meio triste ver que o rendimento da minha carteira está menor do que se eu colocasse todo meu dinheiro no tesouro SELIC. Tanto trabalho aparentemente jogado fora. Mas nas finanças mais do que conhecimento técnico você tem que ter alguma fé nos números e um psicológico forte.
Porque é bem desagradável constatar que minha perda foi da ordem de R$ 15k, enquanto meus gastos foram da ordem de R$ 3k. Ou seja, eu perdi 5 meses de aposentadoria.
Mas nada a mudar na estratégia, fica apenas o lembrete que apesar do nome renda fixa, títulos do tesouro prefixados e atrelados a inflação possuem bastante volatilidade. Saiba onde você está pisando antes de investir.
Engraçado que apenas alguns meses atrás meus investimentos tinham rendido bem, ai eu me achei o gênio dos investimentos e em meses como esse eu me acho um merda. O importante é a constância e a evolução considerando um prazo maior. É claro que digamos que eu acompanhe meu desempenho por 3 anos e consiga a peripécia de ter um rendimento menor que o tesouro SELIC nesse período. Aí é o caso de encarar que eu não tenho talento para coisa.
Minha previsão de ter R$ 710k no fim do ano fica mais difícil de se concretizar.
Boa caminhada rumo à IF confrades!
Reserva de emergência com liquidez de 1 ano de gastos
75% em renda fixa (inclui reserva de emergência)
25% em renda variável
Meu plano para aposentadoria era ir diminuindo a exposição à renda variável até que com 65 anos eu tivesse apenas renda fixa. O motivo disso são dois: diminuir a exposição ao risco e tornar os investimentos menos trabalhosos.
Imagine você com 70 anos de idade, retirando parte da sua renda do seu patrimônio e bem exposto a renda variável, daí acontece uma crise grande por um motivo qualquer e do dia pra noite você perde 40% do valor dos seus ativos. Isso teria um impacto bem desagradável na sua renda e no pior momento possível. Pode-se alegar que, se você tem renda variável de qualidade, no longo prazo sua carteira vai se recuperar, mas a verdade é: quanto mais velho você é, menos “longo prazo” você tem. Por isso diminuir a exposição a riscos eu considero importante.
Tornar os investimentos menos trabalhosos me parece interessante também. Hoje eu consigo acompanhar meu investimento diariamente (mas não acompanho, pois uma vez por mês tá bom). Mas quando eu estiver aposentado quero que meus investimentos estejam no automático. Seja porque eu viajarei por 3 meses para um lugar sem acesso à internet, seja porque eu tive um problema de saúde e não pude acompanhar isso.
Analisando agora eu vejo que montei meu plano considerando apenas o risco da renda variável e ignorei a concentração em apenas um tipo de investimento. Se meu plano é viver de renda proveniente 100% de renda fixa, qual o único produto financeiro de renda fixa que gera renda? Título do tesouro com cupons semestrais de juros. Ou seja, eu acho loucura quem depende 100% do INSS e vou depender 100% do governo? Não parece bom.
Eu pesquisei fundos de previdência recentemente e vi que alguns adotam uma estratégia de modificar o percentual de alocação de ativos conforme a sua idade. Achei os fundos uma merda, mas essa ideia parece legal.
Pensei então em dividir o risco de tal forma que, quando eu estiver com 65 anos, meu patrimônio esteja dividido em 50% renda fixa que gera renda (títulos do tesouro com cupons semestrais) e 50% renda variável de baixa volatilidade que gera renda (FII).
Considerando minha idade 39 e minha previsão de se aposentar aos 52, montei uma tabela de alocação dinâmica para guiar meus investimentos.
Assim temos várias mudanças na minha estratégia de alocação: evitar a concentração em apenas um tipo de ativo, adotar um percentual de alocação variável no tempo, separar a renda variável em baixa volatilidade e alta volatilidade. Assim o que eu pretendo é zerar apenas a renda variável de alta volatilidade na velhice.
Classes de ativos que eu conheço e invisto:
Renda fixa: títulos do tesouro, CDB, LCI, LCA, LC, debêntures, fundo de renda fixa.
Renda variável de baixa volatilidade: FII, fundo multimercado de baixa volatilidade.
Renda variável de alta volatilidade: Ações, ETF, fundo de ações, fundo multimercado de alta volatilidade.
O plano é aos 65 anos ter metade do patrimônio em título do tesouro IPCA+ com cupom semestral e metade em FII. Parece um plano melhor que ter 100% em título do tesouro.
Atualização de patrimônio MAI/2018:
Patrimônio = R$ 610’375,79
Aporte = R$ 4847,62 (0,79% patrimônio)
Rentabilidade bruta = -2,40%
Inflação = 0,11%
CDI = 0,52%
%CDI = -463,60%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 1,66%
Inflação acumulada = 1,36%
CDI acumulado = 3,20%
Esse mês foi um banho de sangue. Minha carteira devolveu todo o ganho desde o início do ano. O culpado mais uma vez foi a marcação a mercado do tesouro IPCA. Como o vencimento do meu título é longo, para 2035, ele sofre bastante quando o juro futuro varia.
É meio triste ver que o rendimento da minha carteira está menor do que se eu colocasse todo meu dinheiro no tesouro SELIC. Tanto trabalho aparentemente jogado fora. Mas nas finanças mais do que conhecimento técnico você tem que ter alguma fé nos números e um psicológico forte.
Porque é bem desagradável constatar que minha perda foi da ordem de R$ 15k, enquanto meus gastos foram da ordem de R$ 3k. Ou seja, eu perdi 5 meses de aposentadoria.
Mas nada a mudar na estratégia, fica apenas o lembrete que apesar do nome renda fixa, títulos do tesouro prefixados e atrelados a inflação possuem bastante volatilidade. Saiba onde você está pisando antes de investir.
Engraçado que apenas alguns meses atrás meus investimentos tinham rendido bem, ai eu me achei o gênio dos investimentos e em meses como esse eu me acho um merda. O importante é a constância e a evolução considerando um prazo maior. É claro que digamos que eu acompanhe meu desempenho por 3 anos e consiga a peripécia de ter um rendimento menor que o tesouro SELIC nesse período. Aí é o caso de encarar que eu não tenho talento para coisa.
Minha previsão de ter R$ 710k no fim do ano fica mais difícil de se concretizar.
Boa caminhada rumo à IF confrades!