terça-feira, 1 de maio de 2018

Vale a pena contratar um PGBL para aproveitar a vantagem tributária? E atualização do patrimônio de ABR/2018.

A receita federal permite que você deduza até 12% da sua renda tributável investindo em um plano de previdência privada. No meu caso, tenho um plano de previdência da empresa do tipo que para cada real que eu contribuo a empresa contribui com um real.


Nesse tipo de plano não tem nem o que pensar, você já começa com 100% de rendimento e mesmo a gestão sendo uma merda acho que vale a pena. É uma grana que eu nem considero nos meus ativos, assim como o FGTS.

Esse plano que eu tenho da empresa corresponde a 8% da minha renda tributável. Vou fazer os cálculos para saber se vale a pena contratar um PGBL com os 4% restantes que maximizam a vantagem tributária.

Já deu pra perceber que essa questão é complexa. Depende de cada caso em particular, da sua renda, de quanto tempo falta para sua aposentadoria e de como é sua declaração de imposto de renda. No meu caso esses 4% é R$ 4800,00 o que me deixa disponível R$ 400,00 por mês para investir num PGBL por 13 anos (que é minha previsão de quando eu terei o montante para me aposentar).

Planos de previdência sempre investem em fundos de previdência que possuem outra vantagem frente a fundos de investimento, não possuem o imposto come cotas a cada 6 meses.

E qual plano de previdência escolher? Aí começa o problema. Tem trocentos planos disponíveis no mercado. Eu achei um show de horrores e a grande maioria dos planos é criminosa: altas taxas de administração, taxa de carregamento na entrada e na saída e desempenho as vezes pior que da poupança.

Fiz uma simulação no banco que eu tenho conta e ele me indicou o plano Brasilprev ciclo de vida 2020. Analisando o fundo que esse plano investe vemos que ele existe desde 2007 e rendeu até hoje 71% do CDI, ou seja, o plano não foi capaz de render mais do que se você comprasse títulos do tesouro SELIC, isso cobrando uma taxa de administração alta.

Depois de uma extensa pesquisa sobre o assunto achei um planos que investe num fundo que, pelo menos, tem um rendimento razoável o Verde Icatu Previdência. Esse fundo foi criado no final de 2015 e rendeu até hoje 141% do CDI. Há um problema em analisar um fundo com pouco tempo de histórico. O problema é que desde a criação ele não passou por uma crise forte como por exemplo a de 2008 e provavelmente esse rendimento apresentado está maior que aquele que o fundo vai apresentar no longo prazo.

Mas não tem muito o que fazer. Eu sei que blablabla rendimento passado não significa rendimento futuro, mas o histórico de rendimento é a única coisa disponível para eu usar na simulação, é um parâmetro ruim, mas é o único disponível. Por isso que investir é tão difícil, você tem que tomar decisões no presente, sobre o futuro, usando dados do passado. Então lembre que uma simulação é apenas uma simulação e que todo investimento é uma especulação acerca do futuro.

Para saber se um investimento é bom eu tenho que compará-lo com outro. Vou comparar com um fundo multimercado que eu considero com um risco retorno adequado o Bahia Maraú que foi criado no final de 2012 e rendeu até hoje 168% do CDI.

Fazendo os cálculos considerando R$ 400,00 por mês durante 13 anos temos ao final:

PGBL Verde Icatu: R$ 129k
Bahia Maraú: R$ 120k
Poupança: R$ 80k

Se eu fosse deixar na poupança o dinheiro vale a pena contratar a previdência privada, uma expectativa de ganho de R$ 49’000,00 em 13 anos não é desprezível. Comparando com o Maraú há a expectativa de ganho de R$ 9000,00, vale a pena?

Para entrar nesse PGBL o investimento mínimo é de R$30’000,00 ou R$ 1000,00 por mês o que foge dos R$ 400,00 que maximizam minha vantagem tributária.

Fiz uma simulação adicional, quanto eu teria que investir de uma vez só no Maraú para ter ao final de 13 anos R$ 129k? A resposta R$ 36k.

Com base nesses resultados considerei que no meu caso não valia o esforço de procurar um PGBL para ganhar uns trocados.

Lembrando que de forma nenhuma esse texto deve servir de indicação de investimento, cada um que enfie a própria grana onde quiser.

Atualização de patrimônio ABR/2018:

Patrimônio = R$ 620’532,18

Aporte = R$ 8203,90 (1,32% do patrimônio)

Rentabilidade bruta = 0,46%

Inflação = 0,0475%

CDI = 0,52%

%CDI = 89,72%

Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 4,16%

Inflação acumulada = 1,25%

CDI acumulado = 2,69%

Gráfico mostrando a rentabilidade acumulada da minha carteira x CDI+Inflação acumulada:



Rentabilidade baixa esse mês 0,46%, outra vez o vilão foi o tesouro direto IPCA+2035. 30% da minha carteira é composta por esse título, assim apesar do restante da carteira subir não foi suficiente para apresentar um rendimento bom. Se eu mantiver o mesmo nível de aporte (R$ 6k) e a carteira apresentar o rendimento médio histórico (0,8%) devo chegar ao fim do ano com R$ 710k.

75% do meu dinheiro está em renda fixa. Devo mudar minha estratégia de alocação de modo a ter mais renda variável e mais geração de renda mensal. Vou escrever um artigo sobre essa nova filosofia de alocação de ativos.

Outra novidade é o gráfico de rentabilidade acumulada. Será que eu consigo vencer o benchmark CDI+Inflação?

Boa caminhada rumo à IF confrades!