sábado, 1 de abril de 2023

Atualização do patrimônio de MAR/23

“Ninguém é realmente digno de inveja, e tantos são dignos de lástima!” - Schopenhauer

Patrimônio = R$ 1’363’702,82
Aporte = R$ 22’749,04 (1,67% patrimônio)
Rentabilidade = 0,04%
Inflação = 0,44%
CDI = 1,07%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 31,49%
Inflação acumulada = 38,18%
CDI livre de IR acumulado = 29,74%

Mais um mês de rentabilidade estagnada, melhor do que rentabilidade negativa.
Os mercados estão curiosamente empolgados, mesmo com uma crise de crédito mundial. Faliu o Credit Suisse, banco suíço que existia desde 1856. Os Bancos Centrais manejaram melhor essa crise do que a do Lehman Brothers, criaram instrumentos inéditos para salvar bancos, dando o recado claro que vão com uma mão continuar esmagando com a taxa de juros, e com a outra mão vão dar dinheiro a vontade para os bancos.

Esse é o próximo passo na política “grandes demais para quebrar”, parece que melhor azeitada.
Em 2008 deixar o Lehman Brothers quebrar parece que foi um erro, pois o BC teve que injetar muito dinheiro nos outros bancos para evitar uma crise sistêmica. O objetivo dessas injeções de dinheiro é que os bancos salvos emprestassem esse dinheiro e resolvessem a crise de crédito, mas os bancos não fizeram isso, o que eles fizeram foi aumentar os próprios salários deixando a economia afundar, ficou feio pra caramba.
Agora os BCs estão com uma política melhor, vão intervir nos bancos deixando os investidores se foder e protegendo os correntistas. Parece bom, quem compra ações do banco tem que saber onde está se enfiando, quem é apenas correntista do banco não deve pagar pelas maracutaias.

No Brasil a crise de crédito também tem se manifestado, diversas empresas pedindo falência e alguns CRIs dando calote. Dois dos FIIs que eu tenho, HCTR11 e DEVA11, despencaram lindamente esses dias, aproveitei para aumentar em 50% minha participação neles comprando ambos abaixo de R$55.
Não é recomendação de compra, mas por que as pessoas preferem pagar R$1,40 por R$1 do que pagar R$0,55 por R$1? Tá bom, talvez não valha R$1, mas pagar R$0,55 por R$0,90 ainda é bom.
Fazer o certo, comprar na baixa em vez de comprar na alta é mais difícil de fazer do que parece.

Por último uma pequena pincelada sobre o novo arcabouço fiscal.
Voltamos ao passado onde o governo mente que haverá um superavit primário, gasta o quanto quer e não há punição alguma. Foi como nós saímos de uma dívida de 34% do PIB com FHC até 75% do PIB em 2016 quando foi criado o teto de gastos procurando conter essa escalada.
Agora estamos em uma sinuca de bico, se o governo aumentar a dívida (e tudo indica que vai), precisaremos de uma SELIC maior para atrair investimentos, mas o governo também quer uma taxa de juros menor. Sabe onde isso vai estourar? Na desvalorização do real. Quem avisa amigo é, dolarizem agora para não chorar depois.

 




Os bons tempos estão voltando.

12 comentários:

  1. O tal do arcabouço fiscal não é aquela coisa boa, mas sinceramente o tal do Teto de Gastos foi abolido faz muitos anos. É bizarro o uso da tal "emergência" para burlar o teto em 2022.

    Sobre os fundos imobiliários, apesar de não gostar do setor vejo que quando um CRI que representa 10% do PL do fundo se torna inadimplente e a cota resolve cair 50% ou é uma baita oportunidade de compra ou alguém tá vendo uma merda muito grande no horizonte daquele FII.

    Abraços,
    Pi

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O teto era furado com as mais diversas desculpas, mas pelo menos existia um certo stress. Agora o governo quer instituir um piso de gastos, obrigando um aumento de gastos todo o ano. Qual a fonte dos recursos? Confia.
      Eu também tenho dúvidas quanto aos FII e tento fazer da forma mais responsável possível, nenhum deles passa de 3% do meu patrimônio. É inegável que é uma delícia ver dinheiro caindo na conta todo mês e no meu caso não é um valor desprezível, cerca de R$45k ao ano.
      Abraços.

      Excluir
    2. No governo do Bolsonaro os gastos subiram, quando foi para cortar gastos eles deram um jeito de mudar o teto, mudando o mês de referência e depois colocando a tal da emergência.

      O que eu achava a parte boa do governo Bolsonaro era que havia sim um interesse em desburocratizar muita coisa, para mim é um dos poucos legados positivos que deixou para o país.

      Abraços,
      Pi

      Excluir
  2. Bom dia Mendigo! O mercado de FIIs ainda é muito representado por investidores pessoa física, assim tem muito de sentimento e efeito manada acontecendo por lá...Assim várias oportunidades são criadas nesses momentos de volatilidade! Grande abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Todo o mercado financeiro é meio que uma manada, mas com certeza nos FII é possível ver a exacerbação disso. Quem venderia um imóvel só porque o inquilino saiu? Mas qualquer vacância em FII já é desespero e gente vendendo com prejuízo.
      Abraços.

      Excluir
  3. Mendigo, sobre a questão de dolarizar, você acha que pra uma reserva talvez seja mais prudente simplesmente deixar o dinheiro em dólar na corretora nos EUA do que deixar em um CBD/LCI aqui no Brasil? Eu tenho alocado todo meu dinheiro ultimamente em RF aqui pois estou pretendendo cair fora do Brasil (o famoso "Plano Canadá"), mas estou aqui pensando se esse 1% a.a. da RF aqui vale o Risco Brasil/Risco Real/Risco Lula.

    Abraço
    https://engenheirotardio.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Mendigo,

    Fiz minha parte pra dolarizar mês passado, pena que errei a hora kkkk

    Essa questão da crise financeira aqui no Brasil é mais tranquila, banco central sabe tudo que acontece nos bancos diariamente, Bradesco fez umas cagadas recentemente mas ainda está tranquilo, se a coisa piorar governo pode injetar grana pra evitar um desastre ou incentivar a fusão igual Itaú e Unibanco, quando Unibanco começou apresentar possibilidade de insolvência diz que o governo fez uma pressão pro negócio sair. O SVB se ferrou com a marcação a mercado e falhou na ALM, mas também foram poucos que previram essa subida desenfreada dos juros americanos.

    Abraços

    ResponderExcluir
  5. Cara, eu me sinto num dilema. Por um lado, tenho um certo medo de aportar no país, principalmente na renda fixa (inclusive na caderneta), com medo do atual governo. Por outro lado, também estou receoso de pisar no acelerador com os aportes no exterior, pois o mundo (pelo menos o ocidente) está bem tenso e esquisito. O creepy joe e sua gangue da agenda woke/ESG estão destruindo a economia dos EUA, ou ao menos é o que me parece. O que acha destas coisas?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em ultima instância você tem que confiar em alguém, ninguém sobrevive sozinho.
      Para cenários do tipo Mad Max, acho que investimento algum adianta, nesses cenários você tem que ir para outra linha de defesa: estocar comida de longa duração, ter acesso a terras cultiváveis e uma fonte de água, ter armas, desenvolver habilidades que são valiosas em situação de pouca infra estrutura, construir um bunker, etc.
      É impossível se precaver contra tudo, ou você aceita que tudo tem seu risco, diversifica o máximo possível dentro do razoável e vive a vida; ou deixar de viver por paranoia, o que também é uma perda.
      Não sei se ajudei, abraços.

      Excluir
  6. Respostas
    1. Fala Neto, minha carteira tem 20 FIIs (30% papel / 30% FoF / 40% tijolo) e rende algo em torno de 10% a.a. de rendimentos.
      Já os preços das cotas estão bem amassados devido aos juros altos, pois os FIIs sofrem uma "marcação a mercado" bem semelhante aos tesouros IPCA+ longos.
      Então no geral diria que é uma classe de ativos, que não são a oitava maravilha do mundo, como alguns gostam de pintar, mas cumprem o seu papel, que é gerar renda mensal. Mas igual os imóveis não devemos nos desesperar para vender só porque um inquilino saiu, ou só porque o vizinho colocou o imóvel dele a venda por um preço menor do que pagamos.

      Excluir