quinta-feira, 1 de março de 2018

A importância de um modelo mental adequado. E atualização do patrimônio de FEV/2018

Ou porque a pobreza é contagiosa.

Antes que venham me atirar pedras não é demérito nenhum ser pobre. Certamente você conhece pessoas pobres que são ótimas: ótimos amigos, ótimos pais, ótimos cidadãos. Mas como é óbvio eles não são bons em uma coisa: melhorar a vida financeira. Assim como não faz sentido você pedir dicas de viagem para alguém que não viaja, não faz sentido pedir conselhos financeiros para quem está preso na espiral da pobreza.

Há vários fatores que prendem uma pessoa na pobreza, o maior deles é como essa pessoa pensa. Mais uma vez vou me usar como exemplo: meus pais eram de pobres, minha mãe nasceu numa colônia de agricultores onde meu avô trabalhava de caseiro em uma chácara. Meu pai era filho de mãe solteira nascido numa periferia braba em São Paulo. Ambos tinham apenas o primário.
 
Ainda assim eles tinham uma ideia fixa, que os filhos tivessem uma vida financeiramente melhor que a deles. Cresci na periferia de uma grande cidade também e graças ao esforço dos meus pais e a ajuda do governo (não dá pra negar isso, a casa onde meus pais moravam foi comprada com juros subsidiados e minha educação foi quase 100% pública) meus pais foram de pobres para classe média e eu hoje pelo critério de Classe Social pelo Novo Critério Brasil sou B2 e pelo critério de Classes Sociais por Faixas de Salário Mínimo sou B, ou seja, estou entre os 5% dos mais ricos do país. Entretanto para chegar aos odiados 1% não é fácil, exige hoje uma renda mensal de R$ 27k.

Eu quero que vocês percebam que apesar de ser grato aos meus pais, para ir mais longe que eles eu tive que pensar diferente. Meus pais tinham um modelo mental que era o seguinte: estude, consiga um bom emprego, trabalhe duro, construa patrimônio.

Meu modelo mental difere um pouco: descubra quais são suas habilidades, descubra o que a sociedade valoriza, estude e se aprimore, trabalhe de forma efetiva, construa ativos e minimize passivos.

O modelo é parecido, mas o diabo está nos detalhes:

O primeiro passo do modelo dos meus pais é o estude, que era entrar na escola depois talvez numa faculdade e acabou. No meu modelo antes de você se aplicar em algum estudo vale a pena analisar suas próprias habilidades e analisar o que a sociedade valoriza. As melhores oportunidades para você ganhar dinheiro são no cruzamento dessas duas coisas. Outra coisa que mudou muito é que o estudo não precisa ser formal. Nós vivemos a era dos autodidatas, há um mundo de conhecimento disponível. Educação formal é essencial para carreiras regulamentadas (engenharia, medicina, direito) e para cumprir pré requisitos (para entrar num concurso x é obrigatório curso y), fora isso é mais importante é realmente saber fazer.

Trabalhar duro. Outro erro. Imagine um gari, ele trabalha duro e pode ser o melhor gari do mundo, mas a sociedade não valoriza seu trabalho, então ele está sempre fadado a ganhar o mínimo possível. Trabalhar de forma efetiva é trabalhar de forma inteligente. Automatize o que for possível, terceirize quando for vantagem, legislação e tecnologias sempre mudam. Adapte-se e sobreviva.

Construa ativos e não apenas patrimônio. Ter múltiplas fontes de renda, algumas passivas, é o que te faz ser verdadeiramente rico e não aparentar ser rico. Me diga quem está mais preparado para enfrentar um período de instabilidade:
 
O camarada 1 que ganha um puta salário de R$ 25k, tem duas casas na praia e dois carros de luxo e gasta todo o salário e não tem reserva de emergência.

O camarada 2 que ganha R$ 10k, mora de aluguel, tem um carro simples, tem uma reserva de emergência de 1 ano de gastos, tem investimentos que rendem mais do que ele gasta por mês.

Se o camarada 1 perde o emprego ele entra em desespero, vai ter que vender casa e carro na correria enquanto faz empréstimo para cobrir contas do dia a dia.

O camarada 2 vai no máximo parar de crescer seus ativos durante um tempo enquanto ele com tranquilidade planeja os próximos passos, seja uma recolocação profissional, seja uma mudança total de vida. É isso que é ser verdadeiramente rico, o melhor que o dinheiro pode comprar é liberdade de escolha. O camarada 1 é escravo dos seus bens, enquanto o camarada 2 faz o dinheiro trabalhar para ele.

Um livro que eu indico fortemente e que mudou meu modelo mental em vários aspectos é conhecidíssimo Pai Rico, Pai Pobre.

Atualização de patrimônio FEV/2018:

Patrimônio = R$ 612'401,54

Aporte = R$ 6314,29

Rentabilidade bruta = 1,59%

Inflação = 0,48%

CDI = 0,54%

%CDI = 296,18%

Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 4,99%

Inflação acumulada = 1,17%

CDI acumulado = 1,65%


Rentabilidade legal, quase 300% do CDI.
Bom aporte devido a 1º parcela do 13º.

O que me chamou a atenção foi uma queda forte na cotação do FII MFII11, pelo que eu pude apurar foi devido a lançamento de novas cotas.

Como eu só olho para o valor dos meus ativos uma vez por mês e tenho coisa melhor para fazer do que acompanhar os mercados diariamente, esse tipo de informação serve apenas como curiosidade. Ficar olhando as cotações dos seus ativos todo dia só vai servir para perder tempo e ficar com vontade de girar patrimônio. Em renda variável eu olho os fundamentos uma vez por ano e se o fundamento ainda for bom eu continuo e for ruim eu retiro meu dinheiro, simples assim.

Ai que a gente vê a importância de diversificar, esse FII representa 0,57% dos meus ativos, o valor dele pode ir a zero que eu não vou perder uma noite de sono.

Agora imagina se eu tivesse dado all-in nesse FII? Será que eu ia dormir tranquilo?


Boa caminhada rumo à IF confrades

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