sábado, 30 de dezembro de 2023

Balanço de 2023. E atualização do patrimônio de DEZ/23

“80% do sucesso é simplesmente comparecer.” – Woody Allen

Não tem a ver com finanças, porém um dos melhores vídeos que eu vi no ano:


Resumo mensal:



Meu salário líquido deu um belíssimo salto, quase dobrou desde 2017 e compra 3,1 carros zero do mais barato, uma melhora em relação ao ano passado que comprava 2,69 carros, entretanto ainda longe do auge do poder de compra de 2017, onde meu salário líquido anual comprava 6,7 carros. Para ter o mesmo poder de compra de 2017 eu precisaria ganhar 470k anuais hoje.

Em relação ao salário-mínimo também melhorou ano passado eu ganhava 11,3 SM e esse ano 13,7; que é o maior número de SM que eu já ganhei.

Economizei 77% do salário líquido.

Esse ano foi maravilhoso para os investimentos, ganhei em juros 19167 mensais, mais do que de salário, somando os dois da R$37k, jogando o mendigo para a bela classe A de renda, para os 1% maiores rendimentos do país. Engraçado que eu me sinto pobre, mas isso é bem óbvio, o sentimento de riqueza vem de quanto você gasta e não de quanto você ganha, enquanto a riqueza verdadeira vem de quanto você poupa e não de quanto você gasta.
Por isso eu digo que finanças pessoais são 95% emoção e sentimento, é confuso, pois destrói o psicológico de quem tenta enriquecer e destrói o patrimônio de quem tenta sentir-se rico.

Minhas despesas foram na faixa de R$4k por mês, em linha com a meta. Para 2024 estabeleço a meta de gastos de R$5k e R$4k como meta desafiadora.

Os aporte foram muito bons, pois mantive meus gastos controlados e ganhei muito mais dinheiro do que esperava. Estava até comentando com os colegas de trabalho que a empresa está “jogando dinheiro” na nossa cara.
Estava refletindo sobre isso. O problema é que depois do mal feito, não há volta, não há como desfazer o mal. Nos anos anteriores nós comemos o pão que o diabo amassou, a empresa aproveitou a pandemia e não deu aumento algum naquele ano, cresceu bastante o assédio e desmandos da chefia em cima dos funcionários, eu vi um colega perder a sanidade, ficar afastado e só voltar com uso de remédios tarja preta pesados que o transformou em um robô.
Esse ano é como se quisessem compensar, não há compensação, eu nunca mais terei a mesma vontade de trabalhar naquele lugar igual tinha há alguns anos.

Estou meio mal psicologicamente e o pior é que não é um problema que eu possa resolver jogando dinheiro em cima. Eu sei que meu problema vai parecer ridículo, pois sabe essa disciplina férrea que o Mendigo tem com dinheiro? Pois essa disciplina falta em todas as outras áreas da minha vida, assim eu vivo uma vida muito desequilibrada, com amplas conquistas nas finanças e fracasso em todo o resto, pois é necessário um mínimo de disciplina para construir algo de valor em qualquer área. Então sigo com essas promessas vazias de Ano Novo, pois é o que tem.

Graças a Deus meu ciclo no trabalho está perto de se encerrar, miro hoje em R$2,8kk, que curiosamente é próximo do 1 milhão que eu perseguia em 2008 quando iniciei a jornada. Sim você leu certo, 1kk em 2008 corrigidos pelo IGPM são 2,8kk hoje.
Espero atingir esses 2,8kk em 2 anos, mas Mendigo é impossível você crescer o patrimônio em 1,1kk em dois anos. Eu sei, mas o Mendigo tem uma carta na manga, um fundo de previdência que não é contabilizado e hoje tem 700k nele, assim faltam 400k um crescimento atingível em dois anos. Só contabilizarei esse fundo de previdência nas minhas planilhas quando faltar um ano para atingir a IF.

Temos o custo de vida anual básico do Mendigo. Para tentar medir o poder de compra baseado em algo a mais do que carro zero e salário-mínimo. Entram no índice: moradia, transporte, alimentação, plano de saúde, lazer e eletrônicos.

Moradia.
Custo anual de aluguel + condomínio + IPTU de um apartamento de 2 quartos no centro da cidade.
Isso deu R$18600 ou R$1550 ao mês.

Transporte.
Custo de um carro do padrão desejado dividido por 5. Isso deve ser representativo para o custo de ter um carro já incluindo combustível, IPVA, manutenções e seguro.
R$14200 ou R$1183 ao mês.

Alimentação.
Custo da cesta básica x 1,5 x 12. Isso deve cobrir uma alimentação melhor que a básica e ainda refeições fora de casa.
R$12240 ou R$1020 ao mês.

Plano de saúde.
R$1000 para a minha idade

Lazer.
Peguei o valor de um pacote de viagem com deslocamento por avião e hospedagem por 7 noites.
R$5000 ou R$417 ao mês.

Eletrônicos.
Computador durando 8 anos = R$73/mês
Celular durando 5 anos = R$42/mês
Notebook durando 4 anos = R$83/mês
Total R$198 ao mês.

Somando tudo, o custo de vida anual básico do Mendigo ficou em R$64416 ou R$5368 ao mês.
Não é comparável ao ano passado, pois eu tinha esquecido de incluir o custo do plano de saúde.
Dividindo o valor do meu patrimônio por esse valor tenho que meu patrimônio pode me sustentar por 26 anos.


Patrimônio de DEZ/2023

Patrimônio = R$ 1’690’249,01
Aporte = R$ 26’178,78 (1,55% patrimônio)
Rentabilidade = 4,0%, últimos 12m = 16,1%
Inflação = 0,43%, últimos 12m = 1,40%
CDI = 0,89%, últimos 12m = 12,4%

Curioso, esse novo gráfico pizza me fez perceber que eu tenho mais investido em cripto do que em ações brasileiras.
Patrimônio deu um belo salto R$394k em 2023.

Feliz Ano Novo a todo e que venha um 2024 ainda melhor.





Ad augusta, per angusta.




quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Analise do rendimento dos FII. E atualização do patrimônio de NOV/23.


“O homem certo no lugar errado pode fazer toda a diferença no mundo.” - G-Man


Utilizando o https://simularcarteira.com.br/ é possível acompanhar a rendimento total dos FII (valor da cota + rendimentos) também considerando o reinvestimento dos rendimentos, além disso é possível simular algo bem mais próximo da realidade que são aportes mensais e não apenas um aporte no início. Para comparar montei uma carteira teórica de benchmark com 50% IMAB5 / 40%CDI / 10%VT. Esse benchmark não apresenta retorno anual negativo em nenhum dos períodos analisados, sendo assim muito mais seguro do que investir em FII, logo os FII deveriam dar retornos maiores pelo risco a mais, certo? Não é assim que a banda toca.

Primeiro analisei os FII que eu tenho.

FII

Anos

%a.a acima Benchmark

CACR11

3

4,22

TGAR11

6

1,33

HGRU11

5

1,22

MALL11

5

0,99

VIISC11

6

0,66

MFII11

10

-0,37

RECR11

5

-0,72

RBED11

11

-0,77

XPSF11

3

-1,88

MAXR11

11

-2,38

HGBS11

15

-2,57

BPFF11

10

-2,64

RBRF11

6

-3,55

ITIP11

2

-3,58

HFOF11

5

-4,42

JSRE11

12

-4,52

MGFF11

5

-5,54

XPIN11

5

-5,89

DEVA11

3

-11,71

HCTR11

4

-11,99

Foram poucos com mais de 5 anos de existência que ganharam do benchmark, alguns perderam vergonhosamente. Será que o Mendigo tem dedo podre para escolher os ativos?

Fiz então a análise dos FII com maior patrimônio.


FII

Anos

%a.a acima Benchmark

HGLG11

12

0,18

XPLG11

5

-0,64

KNIP11

7

-0,78

KNRI11

6

-1,16

XPML11

5

-1,44

BTLG11

3

-1,70

KNCR11

11

-2,32

IRDM11

5

-3,29

CPTS11

9

-3,70

BRCR11

11

-6,00


Apenas um ganhou do bechmark e por pouco.

Antes de sair vendendo desesperadamente os seus FII, repetindo chavões do tipo “rendimento de renda fixa e risco de renda variável”, vamos analisar essa simulação, o que ela nos diz?

Como ela funciona comprando o ativo todos os meses, ela nos diz primordialmente que poucos FII você pode comprar sem olhar o preço, a maioria deles só terá um bom rendimento comprando em períodos de baixa. É falar o óbvio, dizer que preço importa, que comprar os FII quando o mercado está bombando e os P/VP estão esticados é pedir por resultados medíocres.

Como curiosidade eu fiz essa análise para 4 ETFs de ações:

PIBB11 – 15 anos – -2,10

BOVA11 – 14 anos – -2,61

DIVO11 – 11 anos – 0,05

IVVB11 – 6 anos – 3,31


Mas Mendigo, como eu faço para acertar a hora de comprar os ativos?

Ficar tentando acertar o futuro é bem ingrato, quando olhamos as crises passadas é fácil falar que deveria ter comprado na crise de 2008, muito mais difícil é realmente comprar durante as crises quando você é bombardeado por notícias de que o mundo vai acabar.

Eu acredito muito mais na alocação de ativos, onde você monta uma planilha com vários ativos de classes diferentes, arbitra uma porcentagem do seu patrimônio como objetivo para aquele ativo e faz o aporte no ativo que está mais defasado. Isso meio que força você a comprar os ativos que estão mais baratos naquele momento.


E vocês, ainda acreditam em FII? Ou o conforto de ter um dinheiro pingando na conta todo mês cobra um preço muito alto em perda da rentabilidade?


Patrimônio de NOV/23

 

Patrimônio = R$ 1’599’082,52

Aporte = R$ 8’895,53 (0,56% patrimônio)

Rentabilidade = 3,31%, últimos 12m = 11,48%

Inflação = 0,37%, últimos 12m = 1,41%

CDI = 0,87%, últimos 12m = 12,68%


Investimentos voaram esse mês, será o rally de fim de ano?

Tirei férias nesse mês. Uma semana em um resort, a gente quer parar de trabalhar e não fazer nada, entretanto depois de 4 dias de descanso puro, parece que mais descanso apenas não satisfaz.

É igual à história do cara que vagou horas no deserto quente sem água, então encontra outro viajante que lhe dá um copo de água, e aquele copo é uma dádiva dos deuses, o segundo copo é ainda muito bom, o terceiro é ok, quando lhe é oferecido o quinto copo, ele não vê valor.

Parte da tragédia humana é não dar valor ao que tem em abundância.

Outra coisa tragicômica é como a brasileirice permeia qualquer ambiente, em um resort de mais de 1000 a diária, teve até briga por pão de queijo no café da manhã, como se fossem pessoas passando fome. Como eu fiquei a semana toda pude observar também a diferença de público durante a semana e no final de semana. Durante a semana um pessoal mais velho, aposentado, aproveitando a vida lentamente. No fim de semana, predominantemente casais com filhos, que parecem gafanhotos, querendo afoitamente aproveitar o pouco tempo de descanso. Apesar de viajarem com os filhos, poucos pais querem realmente curtir com os filhos, a maioria quer empurrá-los logo para a equipe de animação do resort.




Ad augusta, per angusta.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Por que se aposentar antecipadamente é tão difícil? E atualização do patrimônio de OUT/23.

“Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.” - Shakespeare.

Acho que a resposta óbvia é que se fosse fácil não haveria pessoas trabalhando em empregos merda para ganhar pouco. Mas vamos tentar entrar nas minúcias.

Propósito
A primeira e talvez maior barreira é querer isso. Com querer de verdade eu digo pagar o preço, que é economizar pelo menos 30% do seu salário liquido. Esqueça aquela recomendação de poupar 10% do salário, isso vale para quem não quer se aposentar antecipadamente. No geral as pessoas não querem economizar nada: ganha 2000, gasta 2000; passa a ganhar 10000, passa a gastar 10000 (as vezes passa a gastar 12000).

Disciplina
As vezes a pessoa passou pela primeira barreira que é querer e entender o que deve ser feito, mas não tem a disciplina / resiliência para colocar o plano em prática. Note que a não ser que você ganhe um salário excepcional e poupe 90% dele, aposentar-se antecipadamente vai levar tempo, mais de 10 anos, tipicamente entre 15 e 25 anos. Ou seja, você tem que querer uma coisa que já é antinatural aos humanos e tem que continuar querendo por longos anos. Não se engane, é necessário uma vontade de ferro para fazer acontecer.

Nível de renda
Então a pessoa quer e tem a disciplina para fazer, ela ainda pode parar na terceira barreira. Aposentar-se antecipadamente é um sonho de classe média alta para cima, o motivo é obvio, como o plano demanda economizar uma alta porcentagem da renda, se a sua renda for baixa, pode não sobrar uma quantidade de dinheiro para que você viva com um mínimo de conforto, o que diminui as chances de você ter a disciplina de fazer isso por anos. A verdade nua e crua é que quanto mais você ganha, mais fácil é seguir o plano de aposentar-se antecipadamente. 

As pessoas tendem a colocar uma importância muito alta nos investimentos e eles realmente tem a sua importância, pois é impossível viver de renda sem investir. Mas se você não tem a renda necessária, os investimentos são inúteis. Lamento dizer, mas economizando R$300 por mês não é possível alcançar a aposentadoria antecipada, essa nível de aporte leva você a acumular R$300k em 35 anos. Vai estar melhor do que o brasileiro médio que além de ganhar pouco vive endividado, mas para aposentadoria antecipada não serve. Importante encarar a verdade, se você não ganha o suficiente, pare de perder tempo com investimentos e comece a se preocupar em ganhar mais.

Abrir mão de um ótimo salário
Se você passou pelos três barreiras anteriores então ganha um bom salário e poupa uma parcela significativa dele, é seguro afirmar que você tem uma carreira bem-sucedida. Assim se aposentar antecipadamente é frequentemente abrir mão dos anos em que você ganharia mais dinheiro com o trabalho e abrir mão dos anos em que os juros compostos fariam a maior parte da sua mágica. Eu levei 10 anos para acumular o primeiro milhão, 5 anos para acumular o segundo, levaria uns 3 para acumular o terceiro e assim por diante; é seguro dizer que se eu estivesse disposto a trabalhar mais 10 anos chegaria um momento que eu acumularia um milhão por ano e estaria com um patrimônio de 7 milhões. Tentador não? Aposentar-se antecipadamente é dizer em algum momento que o tempo é mais importante que o dinheiro. Por essa barreira eu ainda tenho que passar, você abriria mão de ter 7 milhões em 10 anos para ter 2,5 milhões em 2 anos?

Resumo
Como são várias e difíceis barreiras não é de se admirar que o FIRE (Financial Independence, Retire Early) seja um nicho tão pequeno. Arrisco a dizer que para a maioria das pessoas de fora da bolha nós parecemos loucos, afinal quem viveria com 5000 por mês, ganhando 10000?
Assim esse caminho é em geral solitário, comentar sobre isso com quem não tem esse propósito é pedir para ser tachado de louco, ou dizerem que você não está “aproveitando a vida”, ou ainda pior, corre o risco de virar caixa eletrônico dos outros, pois se você não está gastando loucamente o seu dinheiro é porque “não está precisando”.
Dinheiro é uma coisa estranha, mexe muito com o emocional e com o ego das pessoas, a coisa mais fácil que tem é as pessoas considerarem o seu dinheiro como delas, ainda mais se elas acharem que você consegui o dinheiro por “sorte” e que “não precisa”. E elas vão se ressentir quando você negar o acesso ao dinheiro “delas”.
Mas isso é eu, que nunca conto o quanto ganho para ninguém e menos ainda quanto tenho de patrimônio, e vocês como lidam com esses assuntos?


Patrimônio de OUT/23

Patrimônio = R$ 1’538’967,16
Aporte = R$ 7’672,13 (0,50% patrimônio)
Rentabilidade = 0,23%
Inflação = 0,35%
CDI = 1,00%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 40,68%
Inflação acumulada = 37,49%
CDI livre de IR acumulado = 35,56%

Investimentos patinando novamente, FII tombando, bolsa Brasil tombando, bolsa exterior tombando, por incrível que pareça o que salvou minha carteira de ficar negativa foi o bitcoin.


Ad augusta, per angusta.



domingo, 1 de outubro de 2023

Simulações de aposentadoria (ou no papel tudo é bonito) E atualização do patrimônio de SET/23

“Lema do Lula 3: Imposto acima de tudo, taxas em cima de todos.”

 


Existe uma ótima ferramenta para simular aposentadorias a partir de investimentos.
https://ficalc.app/
A vantagem desse tipo de simulação é que usa dados reais do mercado de ações e renda fixa e permite simular várias estratégias de retirada.
Usa dados de 1871 a 2023 assim para um período de aposentadoria de 40 anos são realizadas 113 simulações.
Os pontos negativos que eu vejo é que só usa dados dos EUA, ou seja, S&P 500 e bonds de 10 anos, e vejo pouco valor em usar dados muito antigos. Antes de 1971 ainda vigorava o padrão ouro, assim, uma dinâmica completamente diferente da economia, voltando um pouco mais, antes das grandes guerras o mundo era ainda mais diferente. O problema é que se você usar apenas dados a partir de 1971 só é possível fazer 13 simulações. Então ou você fica com poucas simulações que tem mais a ver com o nosso mundo, ou com muitas simulações que talvez representem um mundo que não existe mais. Melhor usar mais simulações.

Fiz a simulação usando:
Tempo de aposentadoria = 40 anos
Portfólio inicial = 2’500’000
60% ações / 35% bonds / 5% cash
Estratégia de retirada = porcentagem do portfólio 3,5%
Retirada mínima anual = 80’000
Retirada máxima anual = 150’000

Resultado:
100% das simulações terminam acima de zero.
5,3% das simulações terminam com menos de metade do portfólio inicial
A mediana da retirada anual é 100’000. Em metade dos anos de aposentadoria eu poderia gastar entre 80k e 100k e em metade dos anos eu poderia gastar acima de 100k.

Achei uma simulação bem robusta e com uma regra de gasto na aposentadoria bem simples. O simulador permite escolher 12 estratégias diferentes de retirada, algumas bem complicadas.
Achei melhor ficar com o simples, retirar uma porcentagem do patrimônio assegura que ele nunca acabará, por outro lado pode ser que o dinheiro disponível para gasto seja muito baixo, ter piso e teto de gastos arruma isso, ao custo do patrimônio poder acabar.

Em uma aproximação mais bruta, podemos dizer que não existe viver de renda, apenas viver de patrimônio, assim 40 anos = 480 meses, então 2’500’000 / 480 = 5210 de gastos ao mês considerando que não haverá rendimento acima da inflação. Com o meu piso de retirada de 80k por ano eu assumo que meus investimentos renderão pelo menos 2,7% a.a. acima da inflação.

No papel as coisas são bonitas, mas quanto mais perto da aposentadoria antecipada mais nervoso a gente fica. Afinal é se jogar em um abismo de incertezas por um longo período. A coisa pode dar certo por 20 anos por exemplo e depois começar a dar errado, imagina você depois de 20 anos sem trabalhar começar a ver que o patrimônio não vai dar? Aterrorizante.

 

Patrimônio de SET/23

Patrimônio = R$ 1’527’756,94
Aporte = R$ 7’568,73 (0,49% patrimônio)
Rentabilidade = -1,14%
Inflação = -0,04%
CDI = 0,97%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 40,36%
Inflação acumulada = 37,14%
CDI livre de IR acumulado = 34,71%

Esse mês foi triste, investimentos caíram tanto aqui quanto no exterior. A rentabilidade acumulada da carteira está abaixo da poupança. Por falar em poupança eu poderia me aposentar só na poupança?
Veja que a ideia não é tão maluca quanto parece, a poupança rende uns 6,5% a.a já livre de impostos, como minha meta hoje é juntar 2,5kk prevendo um gasto mensal de 7k, esse patrimônio na poupança rende 13500 ao mês, posso gastar 7k e reinvestir 6,5k para evitar a perda do poder de compra.
Vendo esses números eu me pergunto se não estou sendo muito conservador nos meus cálculos de independência financeira. Com certeza sim, mas tem que ser conservador mesmo, afinal é uma coisa que tem que resistir a 40 anos de incerteza.
 

Voltemos 40 anos no Brasil, consegue imaginar em 1983 planejando uma aposentadoria até hoje? Teria que passar pela incerteza se a ditadura ia voltar, passar por hiperinflação, vários planos econômicos, confisco da poupança, maxidesvalorização do real, SELIC desde 26% até 2%, bolsa subindo, quebrando, andando de lado, medo que a inflação voltasse.
Então a resposta do porquê não simplesmente jogar tudo na poupança e parar de se preocupar com investimentos é simples, porque tudo tem risco, até as coisas que parecem menos arriscadas. Quais os riscos da poupança? Confisco, SELIC cair muito (poupança nesse cenário rende apenas 70% da SELIC), real desvalorizar demais (a ponto dos meus 7k não comprarem nem uma cesta básica).
Esses cenários são prováveis? Acredito que não, mas são possíveis? Aí sim, só pensar em alguém em 1983 tentando prever como seriam os próximos 40 anos.




Ad augusta, per angusta.

domingo, 3 de setembro de 2023

Atualização do patrimônio de AGO/23.

“Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.” - Mark Twain.

Patrimônio = R$ 1’537’819,23
Aporte = R$ 8’387,64 (0,54% patrimônio)
Rentabilidade = -0,43%
Inflação = 0,0%
CDI = 1,14%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 41,98%
Inflação acumulada = 37,18%
CDI livre de IR acumulado = 33,88%

Foi interrompida a sequência de altas nos rendimentos, espero que retome mês que vem.

Governo ainda em sua sanha arrecadatória manda projeto de lei para taxar investimentos no exterior.
Mídia comprada: é pra taxar os super-ricos
Projeto enviado: taxa quem receber mais de 500 reais por mês
Outra palhaçada é o imposto de importação, que fosse progressivo, zero para comprar abaixo de U$50, 20% para compras entre U$50 e 500, 40% para compras entre U$500 e 1000 e 60% para valores acima disso, mas não, o governo já que meter 92% de imposto no cu do pobre em compras a partir de 0.
Querem voltar com imposto sindical 3x maior que o anterior extinto, obrigado governo dos trabalhadores. Para ser justo quem decidiu isso foi o judiciário, mas judiciário também é governo (alias, vem sendo mais governo que qualquer outro poder, nem precisa de lei mais).

Por outro lado, o país melhorou na classificação de agências de risco e o PIB veio melhor que o esperado. O que o futuro nos reserva? Não dá para saber ainda.



Ad augusta, per angusta

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Quem quer ser milionário? E atualização do patrimônio de JUL/23.

“Entre a guerra e a desonra, você escolheu a desonra. E agora terá a guerra.” - Churchill

Se você fizer essa pergunta para 100 pessoas todas vão responder que querem ser milionárias. Mas é mentira, as pessoas não pensam de verdade na questão, o que as pessoas têm na cabeça quando ouvem essa pergunta é sobre gastar 1 milhão. É óbvio que todo mundo quer gastar 1 milhão, mas ter um milhão é exatamente o oposto disso, ter um milhão é NÃO ter gasto esse um milhão.
Então o que as pessoas querem além de gastar um milhão é que outra pessoa tenha acumulado esse milhão para ela. Percebe como esse pensamento é infantil?

Querem que os pais tenham acumulado esse milhão para elas receberem de herança, querem que o governo engane milhões de otários com loterias para que elas tenham chance de dar um golpe de sorte e receber esse milhão, querem entrar em esquemas mágicos de pirâmide que elas tentam entrar no começo para usurpar esse milhão sendo mais espertas do que os outros, caem em diversos golpes diferentes tipo golpe do bilhete premiado para terem o seu atalho para o milhão.



Eventualmente esses atalhos funcionam para algumas pessoas, alguns nascem ricos, alguns ganham na loteria e alguns vão até conseguir fortuna ilicitamente, veja os políticos, basta a dose certa de carisma e sociopatia. Mas esses caminhos não são confiáveis, a grande maioria que realmente deseja ter uma boa soma de dinheiro guardado vai ter que trilhar a árdua caminhada.

Árdua porque vai contra o instinto natural humano, que diz que o agora é sempre mais importante que o futuro. Nossa mente primata quer tudo e quer para agora, quer gastar tudo, quer ostentar nas redes sociais, quer esfregar o carro novo na cara do vizinho, quer mostrar que você é uma pessoa vencedora, que deve ser respeitada por ter se dado bem na vida. Dito isso nossa mente tem certa razão, renunciar totalmente o agora em prol apenas do futuro não é saudável, adoece as pessoas. Não fique muito focado apenas no destino, aproveite um pouco a caminhada, tenha uma parte do seu orçamento para prazeres.

Eu já errei muito nisso, de querer juntar o máximo de dinheiro possível, mesmo sacrificando o presente. Na verdade ainda erro, pois poupar o máximo já é um hábito, depois de estar nessa caminhada por 15 anos. Tem coisas que são melhores antes que depois, idas a festas que serão melhores aproveitadas enquanto você ainda tem contato com seus amigos do colégio, viagens antes que você tenha um filho.

Por isso a importância de um orçamento adequado, que não é aquele que maximiza a poupança e sim aquele que permite poupar para o futuro, pagar as contas e ainda aproveitar a vida. O que é cruel disso é que é necessário um valor mínimo de renda para conseguir aplicar esse orçamento, abaixo dessa renda mínima só se sobrevive, tendo observar calado seus sonhos serem despedaçados.


Patrimônio de JUL/23

Patrimônio = R$ 1’536’022,57
Aporte = R$ 8’030,07 (0,52% patrimônio)
Rentabilidade = 0,79%
Inflação = -0,28%
CDI = 0,97%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 42,59%
Inflação acumulada = 37,18%
CDI livre de IR acumulado = 32,91%


Quando eu me tornei milionário? A pergunta parece simples, basta apenas olhar na minha planilha de acompanhamento, seria outubro de 2020. No entanto eu tenho uma aplicação que eu não levo em conta no acompanhamento do patrimônio, meu plano de previdência onde a empresa faz um aporte igual ao meu até uma porcentagem do salário dependendo da idade. Eu contribuo para essa previdência desde que comecei a trabalhar e sempre contribuí com o máximo permitido pela minha idade. Por vários motivos eu não contabilizo essa previdência no meu patrimônio: ela possui várias regras para resgate da parte da empresa, eu não achei que seria um valor relevante, eu não pretendia contar com ela para os cálculos da IF.

Todos esses motivos que me levaram a não incluir a previdência já não são mais verdade: eu cumpro os requisitos para ficar com a parte da empresa caso saia hoje, o valor é relevante (650 mil) e eu estou cada vez mais de saco cheio de trabalhar então eu vou contar com esse dinheiro para os cálculos da IF. Assim em algum momento eu vou incorporar o valor dessa previdência ao meu patrimônio. Então voltamos a questão inicial, se eu contar esse valor da previdência, quando me tornei milionário? Só consigo estimar para dois anos antes em outubro de 2018 e hoje na verdade o meu patrimônio já passou dos 2 milhões.

Incorporar esse dinheiro ao meu patrimônio tem seus problemas, dará um salto nos gráficos parecendo que o Mendigo roubou, eu gosto de pensar que estou recebendo uma herança de mim mesmo. Isso entra como aporte? Até faz sentido uma vez que foram aportes não contabilizados no tempo. Isso vai distorcer minha planilha de aportes, por isso estou inclinado a apenas incorporar esse valor perto de quando eu parar de trabalhar de fato.

Fazendo uma conta no papel de pão de quando eu vou poder parar de trabalhar.
Patrimônio de hoje = 1500000 + 650000 = 2150000
Patrimônio necessário para a IF = 2500000
Aportes por ano = 120000
Aportes na previdência por ano = 36000
Rendimento estimado = 3% ao ano

Assim em:
07/2024 terei 2375000
07/2025 terei 2600000

Faltando então uns 24 meses para eu atingir a IF, será que já rola um contador? Acho que não, só iria me deixar mais ansioso. Nunca tive problemas com ansiedade, mas confesso que quanto mais perto da IF eu chego, com menos paciência eu fico. O tempo parece passar em câmera lenta, parece que está tão perto e ao mesmo tempo tão distante. O que poderia atrasar isso é a economia ir para o caralho e carteira não render nem os 3% ao ano, ou eu começar a aportar menos por querer aproveitar enquanto tenho salário para comprar coisas boas (já consigo identificar essa tendência), enfim, a mente é uma coisa estranha.


Ad augusta, per angusta.



sábado, 1 de julho de 2023

Teoria do maior sonho possível. E atualização do patrimônio de JUN/23.

“Ainda bem que de tempos em tempos a decadência volta para dar as caras e nos lembrar dos áureos tempos” – Sérgio Gomes.


Chuva de picanha, só que diferente.

Sempre me pareceu que a maioria das pessoas tem prioridades financeiras erradas. Claro que isso carrega uma bela porção de arrogância e preconceito, afinal, já dizia o ditado: nenhum dinheiro é tão gostoso de gastar quanto o dinheiro dos outros. De qualquer forma não tem como não chamar a atenção diversos casos onde a pessoa ganha um salário baixo e tem um iPhone último modelo parcelado a duras penas, ou aquele meme da foto de um barraco com um carrão na garagem.



Esse tipo de comportamento nunca pareceu fazer sentido, até que eu ouvi a teoria do maior sonho possível. Veja por exemplo essa primeira pessoa do iPhone parcelado, ela sabe que com o seu baixo salário não vai ficar rica, uma boa casa está fora de alcance também, um carro legal já é mais de 300 reais (mais de R$100’000), então o que sobra para ela? Sobra sonhar com o melhor celular, uma vez que todo o restante está fora de alcance.

Dá para pensar em níveis de gastos, apesar de um iPhone ser caro, um carro é um nível totalmente diferente de gastos, depois uma casa, depois iates, jatinhos, etc. Então a pessoa que tem um carro bom vivendo em um barraco também se explica, pois carro e casa estão em níveis diferentes de gastos. Há um nível ainda abaixo do iPhone, pois eu já vi pessoas “ostentando” compras de supermercado, uma compra farta, com bons produtos de marca e não genéricos.

Nessa teoria onde ficam as pessoas que perseguem a liberdade financeira? Pelos valores necessários para conseguir viver de renda, entre 2 e 3 milhões, eu diria que um nível acima das pessoas cujo maior sonho possível é uma casa que custa na faixa de 1,5 milhão. Viver de renda então é um produto de consumo como qualquer outro, uma questão de escolha dentro de um nível de gastos. Durante a minha vida eu vivi em apenas 3 lugares: a casa dos meus pais que era uma casa grande (120m2) em uma região periférica, em uma quitinete da mais barata possível de 20m2 quando saí da casa dos meus país e o apartamento de 60m2 próximo ao serviço que vivo hoje. A quitinete era realmente insuficiente, mesmo para uma pessoa, já o padrão de imóvel que eu vivo hoje é o suficiente, não tem luxo, mas o espaço é bom, fica em um lugar arborizado, silencioso e tranquilo. Eu não vivi em um casa luxuosa em um bairro caro para saber qual é o impacto disso na qualidade de vida, mas eu não consigo me imaginar trabalhando uma década a mais apenas para viver em uma casa maior.

Como é bem óbvio que com o meu nível salarial eu nunca poderia viver em mansões, viajar de primeira classe ou avião particular, ter carros de luxo e viver viajando constantemente pelo mundo.
Então é interessante ver que mesmo quem persegue a independência financeira não está tão fora assim do esquema das coisas, apenas está em um maior sonho possível diferente.


Patrimônio de JUN/23

Patrimônio = R$ 1’515’961,45
Aporte = R$ 7’493,70 (0,49% patrimônio)
Rentabilidade = 2,63%
Inflação = -0,50%
CDI = 0,97%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 41,47%
Inflação acumulada = 37,46%
CDI livre de IR acumulado = 32,09%

Quando eu comecei minha caminhada demorou uns 4 anos para juntar os primeiros 100 mil reais, agora minha carteira valorizou esses mesmos 100 mil reais em 3 meses. Assustador.



Ad augusta, per angusta.




quarta-feira, 31 de maio de 2023

Como eu organizo as minhas finanças pessoais? E atualização do patrimônio de MAI/23.

“Independência financeira é simples, mas não é fácil. Há uma diferença bem grande entre conhecer o caminho e trilhar o caminho.”

A organização é dividida em duas partes: acompanhamento de gastos do dia a dia e acompanhamento dos investimentos.

O acompanhamento dos gastos do dia a dia é feito com o auxílio de um app para celular, no qual eu registro o gasto na hora ou no fim do dia. Antigamente eu fazia em uma planilha, mas era chatíssimo, frequentemente eu acumulava comprovantes de gastos do cartão por uma ou duas semanas e era um parto lançá-los na planilha. Esse acompanhamento tem alguns propósitos:
- Saber quanto eu estou gastando no mês e se é hora de pisar no freio.
- Saber o quanto foi aportado no mês para o calculo de rentabilidade.
- Fazer o fechamento anual de ganhos e gastos.

O app que eu uso é o “Minhas Economias”. Nele é necessário cadastrar contas e categorias de gastos.
As contas que eu tenho cadastradas são por exemplo: conta do BB, conta da corretora, conta cartão de crédito, conta dinheiro físico, etc.
E as categorias de gastos que eu tenho são: receita, moradia, bens duráveis, alimentação, lazer, etc.
Então quando eu recebo o salário eu faço um lançamento positivo na categoria rendimentos na conta BB.
Quando eu compro um eletrodoméstico no cartão eu faço um lançamento negativo na categoria bens duráveis na conta cartão de crédito.
Quando eu pago o cartão eu faço uma transferência da conta BB para a conta do cartão.

Esse acompanhamento do dia a dia é muito útil para se manter na meta de gastos. Meu orçamento para esse ano é de R$4500 por mês, com meta desafiadora de manter os gastos abaixo de R$3500.
Então eu vou gastando normalmente, até que digamos no dia 20 do mês eu já gastei R$4000, então começo a só fazer gastos essenciais, postergando algumas compras para o mês seguinte, de modo a ficar dentro da meta.
Caso eu precise fazer um gasto não recorrente, igual foi quando meu computador estragou e eu tive que comprar outro por R$9000, esses gastos impactam na meta anual.
Minha meta anual era 12 x 4500 = 54000
Retirando o gasto com o computador 54000 – 9000 = 45000
Nova meta mensal 45000 / 12 = 3750
Assim, a partir do mês da compra do computador eu começo a pisar no freio dos gastos antes em cada mês, quando os gastos chegam próximos de R$3750 e não mais R$4500.

A parte do acompanhamento dos investimentos é feita apenas uma vez por mês e serve para:
- Calcular a rentabilidade e evolução patrimonial.
- Servir de subsídio para saber no que aportar.
- Obter dados para o post do blog.

Esse acompanhamento é feito na boa e velha planilha, onde eu tenho os investimentos separados primeiro em duas grandes categorias: investimentos em real e investimentos em dólar.
E depois em várias subcategorias: renda fixa, renda fixa com liquidez, renda fixa IPCA+, renda variável, FII, fundos, cryptos, etc.
Uso os desvios relativos para saber onde aportar, primeiro olhando nas grandes categorias, real ou dólar, a alocação que eu quero no momento é 70% real e 30% dólar, então, por exemplo, se a planilha está com a distribuição 71% real e 29% dólar eu sei que vou aportar em dólar esse mês.
Então eu vou para as subcategorias, em dólar minha alocação é 25% ETF e 5% crypto e no momento está 24% ETF e 5% crypto eu vou aportar em ETF, e assim vou seguindo até chegar no ativo individual que eu vou aportar.
 

Esse método é muito bom, pois tira o fator emocional das decisões. A regra é clara, quanto mais chato for, mais dinheiro você vai ganhar. Coisas emocionantes: day trade, apostas esportivas, fazer investimentos em algo da moda; no geral acabam tirando dinheiro de você. Se você gosta dessa emoção o mais indicado é separar uma parte pequena da carteira e fazer isso mais como entretenimento, afinal somos humanos e não máquinas.


Patrimônio de MAI/23

Patrimônio = R$ 1’469’628,80
Aporte = R$ 15’141,01 (1,03% patrimônio)
Rentabilidade = 3,31%
Inflação = -0,27%
CDI = 0,92%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 37,85%
Inflação acumulada = 37,96%
CDI livre de IR acumulado = 31,26%

Delicia de rendimento esse mês, carteira subindo exponencialmente, quase batendo um milhão e meio, que continue assim por mais algum tempo, só que investe sabe como foram difíceis os últimos dois anos. Vendo o gráfico de rentabilidade observo que minha carteira ficou poucas vezes abaixo do CDI, bom sinal de que, pelo menos, eu estou vencendo a taxa livre de risco. A carteira ficou abaixo da inflação por um bom tempo, mas a tendência é de que tanto minha carteira quanto o CDI fiquem acima da inflação no longo prazo.

No campo da política o melhor é ficar o mais alheio possível. Chegamos rápido ao ponto do carniça defender um ditador com unhas e dentes. Eu até entendo ser pragmático, fechar o nariz e negociar com países “menos ideais” para ganhar dinheiro, mas não é esse o caso. O Lula realmente admira o Maduro, admira a ditadura, admira censurar e matar oposição, admira fechar o congresso que só atrapalha, admira fazer eleições de mentira e perpetuar-se para sempre no poder.

 

Ad augusta, per angusta.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

O IPCA reflete o aumento dos preços no longo prazo? E atualização do patrimônio de ABR/23.

“Não tenha medo de se tornar uma ruína. Ruínas são indestrutíveis.”


Imposto inflacionário é o grande ladrão a serviço do governo, se o índice oficial de inflação não servir para que possamos nos defender é um duplo roubo.
Usando alguns vídeos do https://www.youtube.com/@canal90 e a calculadora do cidadão do Banco Central montei uma tabela com diversos produtos.



Podemos observar que corrigindo pelo IPCA só conseguimos comprar 3 dos 15 itens.
Já a correção pelo IGPM permitiu a compra de 10 dos 15 itens.

Fazendo uma análise mais qualitativa do IPCA em bebidas aconteceu uma perda de 20% do poder de compra, nada critico, é possível consumir outras bebidas.
A parte de proteína foi bem pior, perda de 50% do poder de compra. Proteínas são de difícil substituição, virar vegetariano a força?
Em vestuário e eletrodomésticos teve ganho de poder de compra, chegando a poder comprar 5 micro-ondas hoje com o valor corrigido.
Em carro e casa sofreu uma perda bem significativa, provavelmente tendo que se adaptar com um padrão bem menor nesses itens.

Fazendo uma análise do IGPM a situação melhora bastante.
Teve uma perda de 15% em proteínas, mais fácil de se adaptar do que queda de 50%.
As outras perdas foram em um carro e um apartamento, mas como os outros 2 poderiam ser comprados, considero de fácil adaptação.

A conclusão é que o IGPM protege muito mais o poder de compra no tempo do que o IPCA.
Esse cálculo eu até tinha feito em algum post anterior, IPCA+2,5%a.a. já iguala o IGPM.
O que temos hoje IPCA+6,4%a.a. é muito bom, quem procurar se aposentar com o tesouro Renda+ comprando os títulos com pelo menos IPCA+3,5%a.a. provavelmente vai se dar bem, salvo alguma mudança de rumo muito extrema.
Mas o que dizem do Brasil é: “O país tem a capacidade de mudar tudo em 7 dias, e ainda assim estar tudo igual em 30 anos”.

Fica aqui uma curiosidade, peguei a declaração pré preenchida do IR e a Caixa passou dados de uma conta poupança aberta em 1993 que eu nem lembrava. Tinha pesquisado naquele sistema de dinheiro esquecido do BC e não tinha aparecido nada, se uma conta que não é movimentada por 30 anos não é dinheiro esquecido, não sei o que é.
Tem R$953 nessa conta, fazendo as contas ela tinha 4055 cruzeiros em agosto de 93 e o salário-mínimo era 5534 cruzeiros, ou seja, 73% de um SM. Para minha total surpresa a poupança preservou o poder de compra, pois 953 é 73% de 1302.
E se esse dinheiro tivesse rendido o CDI? O Mendigo estaria multimilionário? Longe disso, mesmo rendendo por 30 anos ainda teria apenas R$4442. Ou seja, investir uma merreca mesmo por um longo tempo ainda é uma merreca, o que só reforça a grande sabedoria do Bastter: o que enriquece de verdade é o trabalho, então pare de se preocupar demasiadamente com o rendimento e comece a gastar o seu tempo procurando formas de aumentar a sua renda e aporte.



Patrimônio de ABR/23

Patrimônio = R$ 1’407’338,16
Aporte = R$ 23’224,72 (1,65% patrimônio)
Rentabilidade = 1,47%
Inflação = 0,05%
CDI = 0,87%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 33,42%
Inflação acumulada = 38,23%
CDI livre de IR acumulado = 30,48%

De novidade esse mês é que abri uma conta na Nomad, essa conta vai servir mais para eu manter uns dólares para viagem e escapar do IOF do cartão de crédito em compras internacionais. Chega de comprar cédulas quando for viajar, eles te enviam um cartão físico que pode ser usado para sacar a moeda do país que você está e esse cartão pode ser usado como um cartão de crédito, apesar de ser de débito. Vou testando aos poucos.
Coisa boa é ver o patrimônio ultrapassando os R$1,4kk, aumentou R$100k em 4 meses.

Apenas uma breve nota sobre o Brasil, como a realidade é cruel com os inocentes, miraram em uma chuva de picanha e ganharam taxação de comprinha de pobre de 50 dol e alinhamento ideológico com ditaduras. Outra coisa muito impressionante é ver artistas que sofreram com a censura sendo pagos (muito bem pagos) hoje para serem a favor da censura. O ditado segue correto: “Ou você morre como herói, ou vive para se tornar o vilão”.


Os bons tempos estão voltando.

sábado, 1 de abril de 2023

Atualização do patrimônio de MAR/23

“Ninguém é realmente digno de inveja, e tantos são dignos de lástima!” - Schopenhauer

Patrimônio = R$ 1’363’702,82
Aporte = R$ 22’749,04 (1,67% patrimônio)
Rentabilidade = 0,04%
Inflação = 0,44%
CDI = 1,07%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 31,49%
Inflação acumulada = 38,18%
CDI livre de IR acumulado = 29,74%

Mais um mês de rentabilidade estagnada, melhor do que rentabilidade negativa.
Os mercados estão curiosamente empolgados, mesmo com uma crise de crédito mundial. Faliu o Credit Suisse, banco suíço que existia desde 1856. Os Bancos Centrais manejaram melhor essa crise do que a do Lehman Brothers, criaram instrumentos inéditos para salvar bancos, dando o recado claro que vão com uma mão continuar esmagando com a taxa de juros, e com a outra mão vão dar dinheiro a vontade para os bancos.

Esse é o próximo passo na política “grandes demais para quebrar”, parece que melhor azeitada.
Em 2008 deixar o Lehman Brothers quebrar parece que foi um erro, pois o BC teve que injetar muito dinheiro nos outros bancos para evitar uma crise sistêmica. O objetivo dessas injeções de dinheiro é que os bancos salvos emprestassem esse dinheiro e resolvessem a crise de crédito, mas os bancos não fizeram isso, o que eles fizeram foi aumentar os próprios salários deixando a economia afundar, ficou feio pra caramba.
Agora os BCs estão com uma política melhor, vão intervir nos bancos deixando os investidores se foder e protegendo os correntistas. Parece bom, quem compra ações do banco tem que saber onde está se enfiando, quem é apenas correntista do banco não deve pagar pelas maracutaias.

No Brasil a crise de crédito também tem se manifestado, diversas empresas pedindo falência e alguns CRIs dando calote. Dois dos FIIs que eu tenho, HCTR11 e DEVA11, despencaram lindamente esses dias, aproveitei para aumentar em 50% minha participação neles comprando ambos abaixo de R$55.
Não é recomendação de compra, mas por que as pessoas preferem pagar R$1,40 por R$1 do que pagar R$0,55 por R$1? Tá bom, talvez não valha R$1, mas pagar R$0,55 por R$0,90 ainda é bom.
Fazer o certo, comprar na baixa em vez de comprar na alta é mais difícil de fazer do que parece.

Por último uma pequena pincelada sobre o novo arcabouço fiscal.
Voltamos ao passado onde o governo mente que haverá um superavit primário, gasta o quanto quer e não há punição alguma. Foi como nós saímos de uma dívida de 34% do PIB com FHC até 75% do PIB em 2016 quando foi criado o teto de gastos procurando conter essa escalada.
Agora estamos em uma sinuca de bico, se o governo aumentar a dívida (e tudo indica que vai), precisaremos de uma SELIC maior para atrair investimentos, mas o governo também quer uma taxa de juros menor. Sabe onde isso vai estourar? Na desvalorização do real. Quem avisa amigo é, dolarizem agora para não chorar depois.

 




Os bons tempos estão voltando.

quarta-feira, 1 de março de 2023

O novo título do tesouro Renda+ vale a pena? E atualização do patrimônio de FEV/23.

“Para aqueles que estão adorando ver o Estado esmagar alguns cidadãos, fica a mensagem: governos passam, mas o Estado fica.”


Que o INSS é um esquema de pirâmide insustentável qualquer um com mais de 2 neurônios sabe. Lendo sobre a criação do INSS vemos que já existiam iniciativas previdenciárias desde o tempo do Brasil império, com o Montepio Geral dos Servidores do Estado que tinha a lógica de um seguro de vida de hoje, o interessado comprava cotas que davam direito a quem ele indicasse receber uma pensão em caso de morte do titular.
Na constituição de 1934 foi instituída a tríplice forma de custeio (governo, empregadores e empregados) e a noção do “risco social” (doença, invalidez, velhice e morte).


Na teoria é bonito e deveria funcionar, na prática tudo que envolve governo envolve maracutaia. O tal custeio tríplice é um jogo de cena, pois os empregadores não custeiam nada. Digamos que para determinado cargo o empregador pode pagar no máximo R$3000 se ele tem que descontar 11% de INSS teu salário virou R$2670, então o custeio fica só entre empregados e governo.
Mas tem mais um truque de mágica ai, o governo não tem dinheiro, ele não pode te dar nada a mais do que tenha tirado dos próprios contribuintes, assim a parte do custeio do governo é paga ou de dinheiro de impostos ou emitindo dívida em nome dos cidadãos. Pronto está completa a mágica, 100% do custeio cai de uma forma ou de outra no lombo do trabalhador.
Então temos uma situação escrota para caralho, temos uma previdência 100% custeado pelo trabalhador, mas 100% administrada pelos políticos. Junta o fato de que o sistema foi desenhado em uma época de grande crescimento populacional e hoje a tendência é de crescimento menor, depois estagnação e depois declínio populacional, assim a tendência é de que sejam impostas cada vez mais barreiras para se aposentar e que o valor das aposentadorias seja cada vez mais baixo.

Tá bom Mendigo, para de chorar e enrolar, eu quero saber se o tesouro Renda+ vale a pena.
Tudo que envolve investimentos, envolve risco. Se envolve prazos longos, envolve mais risco e se envolve o governo, envolve mais risco.
Dito isso, se é para ser credor de alguém, por longos prazos, que seja do dono da impressora. Os títulos do tesouro direto são uma parte muito pequena da dívida do governo e envolvem muita gente (muitos votos), então dificilmente haverá calote desses títulos, quando o governo pode jogar facilmente a conta no lombo de toda a população via imposto inflacionário. E caso ele faça isso quem tiver esses títulos estará melhor posicionado do que quem não tiver investimentos atrelados à inflação.

Minha outra ressalva quanto a esses títulos é que o IPCA não reflete muito bem a inflação real, seria melhor um título indexado ao IGPM. Isso poderia ser problemático se a renda fosse corrigida apenas pelo IPCA, mas como ela é corrigida pelo IPCA+Juros está tudo bem desde que você compre títulos IPCA+3,5% que é o que iguala aproximadamente o IGPM.

Outro ponto de atenção é que os valores apresentados no simulador são brutos, sem descontar o IR. Assim quem deseja receber um salário-mínimo de complemento da aposentadoria não adianta colocar R$1302 no simulador, pois vai receber na verdade R$1107. Para receber líquido R$1302 o valor a ser usado no simulador é 1302 / 0,85 = R$1532.

Então o título Renda+ é uma boa? Eu acho uma boa sim, com algumas ressalvas:
- Nunca para a aposentadoria toda, apenas para uma complementação, é a velha máxima não coloque todos os ovos na mesma cesta.
- Não compre títulos pagando juros muito baixos. Veja meu post anterior, em épocas de juros baixos talvez valha mais a pena investir em CDB IPCA+ que pagam juros melhores e só travar taxas mais altas no tesouro.
- Lembre-se que o recebimento é apenas por 20 anos. Esse prazo pode ser adequado para quem vai se aposentar aos 65 anos, mas pode ser muito curto para quem quer se aposentar antes.

Então qual vai ser a estratégia do Mendigo com esses títulos?
Vou inicialmente tentar garantir o recebimento de um salário-mínimo por 35 anos, comprando dois títulos o Renda+2030 e o Renda+2045, assim eu começaria a receber com 50 anos e receberia até os 85 anos (confiando no governo brasileiro até 2065, haja coração). Tem um período de 5 anos em que eu recebo 2 salários, mas achei melhor isso do que receber até os improváveis 90 anos.

Simulando com as taxas de hoje: Renda+2030 6,43% e Renda+2045 6,43%
Eu teria que adquirir 91,32 de cada título.
Investir R$137’208 no Renda+2030 e R$54’046 no Renda+2045, no total R$191’254.
Como dificilmente alguém vai aportar tudo de uma vez tem que ser calculado como deve ser o aporte.
Os preços dos títulos são: Renda+2030 R$1502,50 e Renda+2045 R$591,83
Então 1502,5 + 591,83 = 2094,33
591,83 / 2094,33 = 0,28
Assim 28% do aporte deve ser no título Renda+2045, caso o aporte mensal seja de R$3000 deve-se comprar R$840 do Renda+2045 e R$2160 do Renda+2030.

A grande vantagem desses novos títulos é a previsibilidade, garantindo uma renda que mantêm o poder de compra sem ter que ficar esquentando a cabeça com os rolos da renda variável. Esse título mostra também o poder dos juros compostos, quem tiver cabeça para desde jovem investir nisso vai garantir uma boa renda complementar sem muito esforço. Alguém com 20 anos e que planeje se aposentar aos 60 começaria teria que comprar 0,19 títulos Renda+2065 que hoje custariam R$32,46 por mês. Deixou de comer uma pizza por mês para garantir um salário-mínimo por 20 anos na velhice, parece uma boa troca.


Patrimônio de FEV/2023

Patrimônio = R$ 1’340’377,73
Aporte = R$ 18’977,91 (1,42% patrimônio)
Rentabilidade = -0,02%
Inflação = 0,37%
CDI = 0,92%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 31,43%
Inflação acumulada = 37,74%
CDI livre de IR acumulado = 28,83%

Rentabilidade quase zero esse mês, mas o patrimônio crescendo forte.
É só os investimentos não jogarem muito contra que a coisa vai, o valor acumulado demorou 15 meses para crescer de R$1,2kk para 1,3kk e agora em um mês já chegou na metade do caminho entre 1,3kk e 1,4kk.



 

Os bons tempos estão voltando.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

É melhor aplicar no Tesouro IPCA mais longo possível ou aplicar em um CDB IPCA a cada dois anos? E atualização do patrimônio de JAN/23

“Vitimas não procuram soluções, procuram culpados.”


Esse questionamento partiu de um colega de trabalho, que me perguntou no que era melhor a esposa dele investir para a aposentadoria: em um título do tesouro IPCA+ ou em um CDB IPCA+ que paga juros maiores. Quase no reflexo eu respondi que o tesouro seria melhor, talvez por anos ouvindo o Bastter e suas voadoras, taxa não ganha de tempo, etc.

Mas eu fiquei com a pulga atrás da orelha e decidi fazer os cálculos, eu sabia que uma boa vantagem do tesouro é de pagar o imposto de renda só no final. Eu sabia que meu pensamento estava certo qualitativamente, mas estaria certo quantitativamente? Quanto o CDB tem que pagar a mais de juros para valer a pena?

Peguei os dados disponíveis no dia:
Tesouro IPCA 2045 = 6,36% a.a
CDB IPCA 2 anos = 8,49% a.a

Fazendo os cálculos com a taxa do título do tesouro, depois de 22 anos, já liquida de IR, chegamos a uma rentabilidade de 245,02%.
Fazendo os cálculos com a taxa do CDB, fazendo 11 aplicações consecutivas de 2 anos com a mesma taxa, descontando o IR e aplicando apenas o líquido, chegamos a uma rentabilidade de 366,88%.

Confesso que na hora tomei um susto, pois esperava que o tesouro rendesse mais. Conferi os cálculos, coisa que não teria feito se o resultado desse o que eu esperava. Restava então calcular qual a taxa do CDB que rende igual a um título do tesouro de longo prazo, e a taxa encontrada para esse caso foi 6,78%. Ou seja, uma diferença na taxa de 0,42% já paga o fato de você estar pagando o IR adiantado no CDB, bem menor do que a diferença de 2,13 oferecida hoje.

Já vejo vocês alvoroçados reclamando.
Mas Mendigo, os cálculos foram feitos considerando uma taxa fixa do juro do CDB e é impossível que eu consiga essa taxa a cada dois anos. Correto, mas se você estivesse investindo mensalmente no tesouro também não conseguiria a mesma taxa até o final, tanto no CDB, quanto no tesouro você conseguiria as taxas de mercado, e o que vale para dizer se um vai render mais do que o outro é a diferença da taxa.

Nesse ponto muitos ficariam tentados a dizer que o CDB é melhor. Mas tenham cuidado, não existe melhor investimento assim no seco, existem melhores investimentos dependendo do nível de risco, da liquidez desejada, do nível de trabalho com a gestão do patrimônio e da disciplina financeira de cada um. Não adianta nada alguém ver aqui que o CDB rende mais se essa pessoa a cada dois anos de vencimento do CDB vai ceder à tentação e ao canto da sereia daquele investimento que estiver na moda, enquanto se tivesse colocado apenas o valor no tesouro e esquecido, estaria melhor na aposentadoria.

Então eu fiquei matutando se investir no tesouro teria alguma vantagem. Então a conclusão que eu cheguei é de que é bom investir no tesouro quando você pega uma taxa “boa” para travar essa taxa por um longo tempo. O X da questão é o que é uma taxa boa?
Assim eu peguei as taxas do tesouro IPCA mais longo disponível na data desde janeiro de 2007 e saiu esse gráfico aí:




Vemos que nos últimos 16 anos as taxas só passaram uma vez de 8% e algumas vezes de 7%. Alguém de melhor qualidade faria um tratamento estatístico nesses dados e te diria qual o valor da taxa que é boa em 95% do tempo. O Mendigo tosco aqui vai no olhômetro e diz que travar uma taxa acima de 6,5% parece uma boa. Lembrando que isso são dados que se referem ao passado, não ao futuro. Assim se o Brasil continuar mais ou menos na mesma os números têm maior chance de servirem para alguma coisa. Caso o Brasil melhore ou piore muito esses números têm tendem a refletir menos a realidade.

E dizem que a sorte não cumpre o seu papel. Eu, mesmo não sabendo de nada disso na época, travei um terço do meu patrimônio em 2016 em IPCA+7,10% 2035. Que a fortuna continue protegendo os mendigos e as crianças.


Patrimônio de JAN/2023

Patrimônio = R$ 1’321’724,13
Aporte = R$ 15’065,21 (1,14% patrimônio)
Rentabilidade = 0,79%
Inflação = 0,46%
CDI = 1,12%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 31,46%
Inflação acumulada = 37,37%
CDI livre de IR acumulado = 28,05%


Finalmente meu patrimônio saiu da casa dos um milhão e duzentos mil, demorou 15 meses para ele crescer R$100k, o maior tempo desde que eu acompanho. E pensar que nas épocas de subida dos mercados eu já aumentei R$100k em 4 meses.

Rentabilidade positiva é sempre bom.

Viram que está disponível o novo título do tesouro Renda+? Vou fazer um post mês que vem detalhando a estratégia do mendigo com esse novo título.






Os bons tempos estão voltando.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Balanço de 2022. E atualização do patrimônio de DEZ/22

“Uma nação que separa seus estudiosos de seus guerreiros, terá seu raciocínio feito por covardes e suas guerras lutadas por tolos” – Tucídides.

Resumo mensal:


2017

2018

2019

2020

2021

2022

Salário líquido

10193

11268

12763

11178

12334

14919

Rendimentos

4373

5415

12023

4339

1182

-7198

Despesas

4868

4874

3385

2476

2621

4859

Aporte

5325

6393

9378

8701

9713

10060



O salário deu um bom salto nominal, mas o poder de compra diminuiu, por isso a inflação é tão vantajosa para o governo, ele consegue roubar as pessoas deixando elas felizes ao mesmo tempo.

Meu salário líquido anual que comprava 3,1 carros do mais barato ano passado, esse ano só compra 2,69 carros. Em relação ao salário-mínimo ficou quase estável, ano passado eu ganhava liquido 11,2 salários-mínimos por mês, esse ano ganho 11,3.

Se o ano passado já tinha sido horroroso para os investimentos, esse ano foi uma tragédia. Mais de R$86k evaporaram. Meu patrimônio que costumava crescer próximo de R$150k ao ano cresceu apenas R$40k. Buy & hold é simples de fazer, mas não é fácil. Tem que ter estômago e fé de que agora estou comprando algo que vai se valorizar muito no futuro para compensar essas perdas.

Despesas foram bem acima do ano passado e devem-se a dois fatores: a despesa do ano passado foi baixa por causa da pandemia e a desse ano foi alta devido a vários gastos não recorrentes. Esse cenário não deve se repetir em 2023 e minha meta de gastos ainda é R$3500 ao mês.

Aporte lindo, mas como dito acima, o crescimento do meu patrimônio foi baixo e minha maior “despesa” foram os investimentos.

Mais algumas métricas interessantes:

Economizei 67% do salário líquido.
Adequado. Acho uma economia de 30% do salário líquido, o mínimo para quem pretende se aposentar por conta e acho uma economia de 50% do salário líquido, o mínimo para quem pretende se aposentar por conta e antecipadamente.

Meu salário mensal liquido equivale a 11,3 salários-mínimos e a 2,3 salários do DIEESE.

Esse ano criei um índice de custo de vida anual do mendigo. Para tentar medir o poder de compra baseado em algo a mais do que carro zero e salário-mínimo. Entra no índice: moradia, transporte, alimentação, lazer e eletrônicos.

Moradia.
Custo anual de aluguel + condomínio + IPTU de um apartamento de 2 quartos no centro da cidade.
Isso deu R$16200 ou R$1350 ao mês.

Transporte.
Custo do carro mais barato dividido por 4. Isso deve ser representativo para o custo de ter um carro já incluindo combustível, IPVA, manutenções e seguro.
R$16750 ou R$1395 ao mês.

Alimentação.
Custo da cesta básica x 1,5 x 12. Isso deve cobrir uma alimentação melhor que a básica e ainda refeições fora de casa.
R$12780 ou R$1065 ao mês.

Lazer.
Peguei o valor de um pacote de viagem com deslocamento por avião e hospedagem por 7 noites.
R$3660 ou R$305 ao mês.

Eletrônicos.
Somei o preço de um notebook e um celular que eu acho adequados e dividi por 5 (duração esperada de 5 anos para esses aparelhos)
R$1350 ou R$113 ao mês.

Somando tudo, o índice de custo de vida anual do mendigo ficou em R$50740 ou R$4228 ao mês.
Dividindo o valor do meu patrimônio por esse índice tenho que meu patrimônio pode me sustentar por 25 anos.

O resumo do balanço desse ano foi: que IF? Pois é obviamente impossível atingir a IF tendo rentabilidade negativa.


Patrimônio de DEZ/2022

Patrimônio = R$ 1’296’260,54
Aporte = R$ 10’271,20 (0,79% patrimônio)
Rentabilidade = -0,06%
Inflação = 0,44%
CDI = 1,12%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 30,43%
Inflação acumulada = 36,91%
CDI livre de IR acumulado = 27,10%






Os bons tempos estão voltando.