sábado, 1 de julho de 2023

Teoria do maior sonho possível. E atualização do patrimônio de JUN/23.

“Ainda bem que de tempos em tempos a decadência volta para dar as caras e nos lembrar dos áureos tempos” – Sérgio Gomes.


Chuva de picanha, só que diferente.

Sempre me pareceu que a maioria das pessoas tem prioridades financeiras erradas. Claro que isso carrega uma bela porção de arrogância e preconceito, afinal, já dizia o ditado: nenhum dinheiro é tão gostoso de gastar quanto o dinheiro dos outros. De qualquer forma não tem como não chamar a atenção diversos casos onde a pessoa ganha um salário baixo e tem um iPhone último modelo parcelado a duras penas, ou aquele meme da foto de um barraco com um carrão na garagem.



Esse tipo de comportamento nunca pareceu fazer sentido, até que eu ouvi a teoria do maior sonho possível. Veja por exemplo essa primeira pessoa do iPhone parcelado, ela sabe que com o seu baixo salário não vai ficar rica, uma boa casa está fora de alcance também, um carro legal já é mais de 300 reais (mais de R$100’000), então o que sobra para ela? Sobra sonhar com o melhor celular, uma vez que todo o restante está fora de alcance.

Dá para pensar em níveis de gastos, apesar de um iPhone ser caro, um carro é um nível totalmente diferente de gastos, depois uma casa, depois iates, jatinhos, etc. Então a pessoa que tem um carro bom vivendo em um barraco também se explica, pois carro e casa estão em níveis diferentes de gastos. Há um nível ainda abaixo do iPhone, pois eu já vi pessoas “ostentando” compras de supermercado, uma compra farta, com bons produtos de marca e não genéricos.

Nessa teoria onde ficam as pessoas que perseguem a liberdade financeira? Pelos valores necessários para conseguir viver de renda, entre 2 e 3 milhões, eu diria que um nível acima das pessoas cujo maior sonho possível é uma casa que custa na faixa de 1,5 milhão. Viver de renda então é um produto de consumo como qualquer outro, uma questão de escolha dentro de um nível de gastos. Durante a minha vida eu vivi em apenas 3 lugares: a casa dos meus pais que era uma casa grande (120m2) em uma região periférica, em uma quitinete da mais barata possível de 20m2 quando saí da casa dos meus país e o apartamento de 60m2 próximo ao serviço que vivo hoje. A quitinete era realmente insuficiente, mesmo para uma pessoa, já o padrão de imóvel que eu vivo hoje é o suficiente, não tem luxo, mas o espaço é bom, fica em um lugar arborizado, silencioso e tranquilo. Eu não vivi em um casa luxuosa em um bairro caro para saber qual é o impacto disso na qualidade de vida, mas eu não consigo me imaginar trabalhando uma década a mais apenas para viver em uma casa maior.

Como é bem óbvio que com o meu nível salarial eu nunca poderia viver em mansões, viajar de primeira classe ou avião particular, ter carros de luxo e viver viajando constantemente pelo mundo.
Então é interessante ver que mesmo quem persegue a independência financeira não está tão fora assim do esquema das coisas, apenas está em um maior sonho possível diferente.


Patrimônio de JUN/23

Patrimônio = R$ 1’515’961,45
Aporte = R$ 7’493,70 (0,49% patrimônio)
Rentabilidade = 2,63%
Inflação = -0,50%
CDI = 0,97%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 41,47%
Inflação acumulada = 37,46%
CDI livre de IR acumulado = 32,09%

Quando eu comecei minha caminhada demorou uns 4 anos para juntar os primeiros 100 mil reais, agora minha carteira valorizou esses mesmos 100 mil reais em 3 meses. Assustador.



Ad augusta, per angusta.