segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Meu histórico financeiro e rentabilidade dez 2017

Poupo a uns 10 anos e invisto a um pouco menos tempo que isso.
Comecei “investindo” igual a quase todo mundo que não tem conhecimento: deixava o dinheiro na poupança.

O ano era 2008, eu com minhas suadas economias na poupança, e o que eu ouvia falar sem parar no noticiário? Da bolsa de valores é claro. Matérias martelavam na minha cabeça a incrível rentabilidade da bolsa no último ano. “Especialistas” diziam com certeza que a bolsa atingiria 200 mil pontos em 1 ano.

Comecei a me sentir um trouxa com o dinheiro na poupança. Petrobras, pré-sal, etc, o resto é história: retirei quase todo o meu dinheiro da poupança e apliquei em PETR4, entrei da forma mais errada possível na bolsa, isso a meses da bolsa desabar espetacularmente com a crise sub prime.

O prejuízo foi meu, mas de quem foi a culpa? Nada mais humano do que procurar culpados.

Foi-se o dinheiro, ficou a lição: não foi culpa da corretora, ela continuou ganhando sua comissão. Não foi culpa da imprensa, ela continuou vendendo jornal. Não foi culpa dos especialistas, eles continuaram ganhando seu salário. A culpa foi minha e somente minha.

Minha por não ter estudado o suficiente, minha por ter dado ouvido a terceiros quando o maior interessado no meu dinheiro sou eu, minha por não ter feito uma gestão de risco, minha por seguir a manada que vai continuar a perder dinheiro a cada ciclo.

Lembro na época que só tinha PETR4 e poupança. Eu conferia a cotação várias vezes por dia, misturava dinheiro com adrenalina e emoção, a receita certa para o desastre.

Hoje meus investimentos estão melhor estruturados. Tenho um plano de alocação que me deixa dormir tranquilo. Gasto 1 hora por mês para acompanhar minha carteira de investimentos e decidir a alocação de recursos, zero preocupação com a cotação de qualquer coisa.

A alocação que me deixa satisfeito hoje é 80% renda fixa e 20% renda variável.

A distribuição está um pouco fora disso porque estou tentando balancear com os aportes sem vender ativos.

Meu patrimônio no final de 2017 é R$ 578’391 dividido da seguinte forma:

Renda fixa = 71,1%
Tesouro direto = 40,8%
CDB = 15,0%
Debêntures = 9,7%
LCI e LCA = 5,6%

Renda variável = 25,9%
Fundos de investimento = 17,6%
Ações e ETF = 6,3%
FII = 1,9%

CC e corretora = 3,0%
Mais um dinheirinho em IOTA que eu nem considero parte do patrimônio.

Aí você me pergunta: como chegou nesse valor? Quais investimentos foram bons e quais foram ruins? Não sei, e um dos motivos desse blog é fazer um acompanhamento melhor das minhas próprias finanças.

Dezembro de 2017 foi o primeiro mês que eu calculei a rentabilidade da minha carteira usando o sistema de cotas. Isso mesmo, quase 10 anos investindo e nunca tinha feito isso. E acreditem tem pessoas com muito mais tempo poupando nunca vão sentir essa necessidade.

Dezembro de 2017:

Patrimônio = R$ 578’391
Rentabilidade bruta = 1,15%
Inflação = 0,31%
CDI = 0,56%
%CDI = 206,69%
Rentabilidade acumulada desde dez 2017 = 1,15%

domingo, 7 de janeiro de 2018

Apresentação

Um pouco sobre mim:

Nasci em uma família de classe média baixa, meus pais estudaram apenas o primário, acredito que era mais comum antigamente ter menos anos de estudo que agora. Na família éramos a parte pobre, haviam tios concursados e tios empresários, enquanto meus pais tinham empregos simples.

Eu me sentia como um familiar de segunda classe: nunca tinha brinquedos tão legais quanto os dos meus primos, nosso carro velho vivia quebrando, só ia para praia nas férias de favor, etc. Sim é um mimimi de classe média sofre eu sei, mas quando você é criança e não tem o entendimento de como o mundo funciona esse tipo de coisa te marca.

Eu sei que há país a fora pessoas que tiveram e ainda tem condições de vida muito piores, então sou grato a meus pais que me propiciaram duas coisas fundamentais: a mentalidade de que não importa onde você está, você tem que batalhar para melhorar e não ficar reclamando e se vitimizando, e uma ideia férrea de que a educação é muito importante. Lembro de um episódio: sempre fui um aluno abaixo da média e quando tinha uns 14 anos queria abandonar a escola para começar um trabalho de descarregar caminhões de carga numa empresa de logística, e começar a ganhar meu próprio dinheiro. Meus pais nem quiseram ouvir falar disso e me obrigaram a continuar estudando.

Em um determinado ponto da minha vida, durante a adolescência, eu mudei. Como se a insistência dos meus pais com a educação finalmente frutificou, eu tive um "despertar": comecei a ir melhor na escola, virei um rato de biblioteca e me interessei por diversos assuntos que não eram tratados na escola. Até encarei um curso técnico, coisa impensável olhando a maior parte do meus histórico escolar e finalmente cursei engenharia numa universidade pública (nem fiz vestibular para as particulares, pois meus pais não teriam condições de pagar). E hoje trabalho numa empresa de economia mista.

Sobre o objetivo desse blog:

Falar sobre dinheiro é bastante difícil, dinheiro assume um papel maior que o que deveria ter originalmente, que é um intermediário de trocas de produtos e serviços. Dinheiro assume um papel de mostrar o valor intrínseco de uma pessoa. Você é tratado de forma diferente dependendo de quanto dinheiro tem, ou melhor, de quanto dinheiro aparenta ter. Não vou entrar no mérito se isso é certo ou errado, apenas é assim. Ou seja, falar de dinheiro é um tabu.

Falar sobre dinheiro também traz outros problemas de ordem prática.

Problema de segurança: se as pessoas souberem que você tem dinheiro você se coloca em uma posição de risco, simples assim.

Problema do merecimento: por algum motivo louco as pessoas acham que merecem seu dinheiro mais do que você. Quando sabem que você poupa elas tendem a achar que a vida para você está "fácil", assim na cabeça delas você tem o "dever" de compartilhar sua abundância. Elas não conseguem enxergar a única forma de aumentar o patrimônio é o adiamento do consumo. Quando eu era mais inocente conversei sobre dinheiro com um colega de trabalho que ganhava muito mais que eu (mas vivia endividado), o que eu ganhei? Um pedido de empréstimo num valor pornográfico (sei lá, acho que na época o valor pedido equivalia a um ano do meu salário).

Problema do ressentimento: quando descobrem que você poupa, isso de alguma forma é um tapa na cara de quem vive endividado, então eles culpam você ao invés de culpar seus próprios hábitos. Há muita irracionalidade nesse assunto.

Problema da inutilidade: como a educação financeira é um artigo escasso. Quem poupa é uma minoria e quem investe é minoria da minoria, assim informações de qualidade nessa área são raríssimos. Felizmente a internet esta ai para ajudar.

Assim o objetivo é falar de poupança, investimentos e crescimento de patrimônio com pessoas que estão numa mesma sintonia.

No próximo post vou falar da situação dos meus investimentos hoje.